PF vai começar análise de material de empresário achado morto em motel (PE)

Material encontrado com empresário começará a ser periciado pela Polícia Federal (Foto: Divulgação PF)

A Polícia Federal em Pernambuco (PF) vai começar a análise do material achado com o empresário Paulo Cesar Barros Morato, alvo de Operação Turbulência e encontrado morto no Motel Ti-ti-ti, em Olinda, no Grande Recife, na quarta-feira (22).  A Polícia Civil de Pernambuco entregou aos agentes federais, na segunda-feira (27), cadernos de anotações, envelopes de depósitos bancários, oito pen-drives, três celulares, chaves de imóveis, óculos, relógios, além de  produtos de higiene pessoal.
A PF aguarda ainda o repasse do veículo usado por ele, um Jeep Renegade. O primeiro passo dos federais será realizar uma triagem desse material. A ideia é concentrar os esforços na avaliação dos aparelhos de mídias e eletrônicos (pendrives, anotações e telefones celulares). Todo o restante será devolvido aos familiares de Morato.
Oficialmente, a PF informa que acompanhará as investigações que estão sendo feitas pela Polícia Civil de Pernambuco. Aguardará as conclusões das perícias que tentarão apontar as causas da morte do empresário.  A PF admite que poderá entrar nas investigações, caso alguma circunstância aponte vínculos ou tenha ligação com os fatos que estão sendo apurados pela operação Turbulência.
Turbulência
A Operação Turbulência foi desencadeada na terça-feira (21). Tem  como alvo empresas envolvidas na compra do avião usado pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), no dia da tragédia de Santos (SP), em agosto de 2014, que matou a comitiva do presidenciável. 
A Turublência investiga, ainda, ligações com o equema nvestigado pela Operação Lava Jato.

Há a suspeita de que parte do dinheiro movimentado serviu para pagar propina e formar "caixa dois" de empreiteiras. A PF prendeu quatro empresários de Pernambuco e acredita que as empresas, muitas de fachada, teriam movimentado R$ 600 milhões.

Habeas corpus
Dos cinco presos na Operação Turbulência, apenas Apolo Santana Vieira entrou com pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal (TRF). Para o advogado do empresário, Ademar Rigueira, não há motivos para seu cliente esperar o andamento das investigações em reclusão.

“A delegada não apresentou nenhuma justificativa para essa prisão cautelar. Meu cliente é um empresário renomado e com endereço fixo, pode muito bem responder em liberdade. Ela [delegada] trouxe fatos, mas não uma necessidade concreta para ele responder na prisão”, defende.

No momento, o pedido de habeas corpus está em análise do Ministério Público Federal. Segundo o TRF, o documento voltará para o tribunal. A previsão é que ele seja julgado na próxima terça-feira (28), sob o comando do juiz Ivan Lira.
Polêmica
A investigação da morte de Morato está repleta de polêmicas. Na segunda-feira, as polícias civil, federal e científica descartaram a possibilidade de interferências externas ou de falhas na perícia do quarto onde o empresário foi achado. Durante a manhã desta segunda, o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) cobrou transparências nas investigações alegando que o trabalho dos peritos não foi realizado como deveria.
Em coletiva de imprensa na sede da Secretaria de Defesa Social, o secretário em exercício de Defesa Social, Alexandre Lucena, garantiu que não houve falha na perícia, e sim de comunicação quanto à realização de uma perícia complementar no dia seguinte à morte do empresário. O perito papiloscopista Lauro Macena, que preencheu o documento solicitando continuidade da perícia no dia seguinte, afirmou que avisou verbalmente à delegada sobre tal necessidade.
A delegada Gleide Ângelo explicou que o documento apresentado pelo Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) como uma prova de que foi autorizada uma segunda perícia no motel em Olinda se refere, na verdade, ao procedimento realizado na noite em que o corpo do empresário foi encontrado, mas apresenta a data do dia 23 de junho porque a autorização foi redigida durante a madrugada do dia seguinte. De acordo com  a delegada, o fato de o local do fato estar violado inviabilizou a necessidade de novas perícias. informações do G1 PE.

Postar um comentário

0 Comentários