Vítimas de ofensas pela internet buscam delegacia para punir autores

A estudante Gabrielly recebeu mensagens pelo celular com ofensas.
Advogado orienta ir a delegacia e prestar B.O, além de levar provas.








A internet oferece muitas possibilidades para o trabalho, educação e diversão. O problema é que existem pessoas que utilizam da versatilidade da rede para agredir a imagem de outras pessoas. Em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, a estudante Aguida Gabrielly passou pela situação e pretende procurar a justiça, e assim a punição dos autores das ofensas.
Há quase 15 dias, a Gabrielly recebeu várias mensagens por um aplicativo do celular. “Eu tenho uma deficiência no olho direito e eu não enxergo dele, vejo apenas com meu olho esquerdo. Então eu sofri de preconceito em relação a isso. Conhecidos meus fizeram um grupo no aplicativo whatsapp, e como eu danço quadrilha junina, pegaram uma foto minha e fizeram uma edição e falaram coisas horrorosas para mim no grupo, que eu estava sendo demoníaca, baixando espirito, que eu estava sendo exorcizada”, explica.
WhatsApp, app de mensagens instantâneas para celular, agora manda emojis de "dedo do meio". (Foto: G1)WhatsApp, app de mensagens instantâneas
(Foto: G1)
A estudante pretende procurar a justiça e processar as pessoas que fizeram os comentários. Os amigos dela fizeram até uma campanha nas redes sociais com fotos e a frase: #somostodosgaby. “Eu recebi muito apoio, até de gente que eu nem conheço, pessoas de Salvador-BA, do Rio Grande do Sul (RS), pessoas conhecidas socialmente em Petrolina-PE. Já são quase 2 mil fotos e até hoje eu recebo, e isso aconteceu tem quase 15 dias, eu fui abraçada pelas pessoas”, declara.
Entre os crimes mais comuns cometidos na internet estão a calúnia, que é inventar que alguém cometeu um crime. A pena nesse caso vai de seis meses a dois anos de detenção. Também está na lista, a injúria, que é qualquer xingamento dito diretamente à pessoa e que, geralmente, está relacionado à condição social ou à cor da pele, por exemplo. A pena, nesse caso, vai de um a seis meses de detenção. Outro crime comum na internet é a difamação, quando se é dito algo que ofende a reputação de uma pessoa. Quem difama outra pessoa pode pegar de três meses a um ano de detenção.
Um dos casos mais recentes de crime pela internet que ganhou repercussão nacional foram os ataques sofridos pela jornalista Maria Júlia Coutinho. Os comentários racistas contra ela foram postados na página do Jornal Nacional em um site de rede social. Poucos dias depois do ataque, a Polícia Civil do estado de São Paulo conseguiu identificar um dos autores dos comentários.
No Brasil, não existe uma lei específica de crimes contra a honra e a moral cometidos na internet. Mas, quem pratica esse atos pode ser punido de acordo com o código penal. “As pessoas têm a falsa sensação que por estarem atrás de uma tela de computador, elas vão ficar impunes. Só que não é isso que acontece, Como não existe uma legislação específica para esses crimes digitais por analogia a gente aplica o código penal”, destaca o advogado Raniller Guimarães.
Na opinião do advogado, o que aconteceu no caso de Gabrielly foi um tipo de difamação. Ele orienta como deve proceder quem passa por situações assim. “A partir do momento que acontece alguma situação ou fato delituoso e que de repente pode ofender a honra e a moral, a pessoa tem que se direcionar a uma delegacia especializada em crimes digitais e prestar um boletim de ocorrência. Se não houver essa delegacia, nada impede que ela vá em uma delegacia normal, e presta o B.O, mas é importante lembrar que para que ela possa prestar esse B.O, é necessário que ela leve alguma prova, um print de uma conversa, uma mensagem de whatsapp, o endereço do site que possui essas informações”, destaca o advogado.(fonte: Do G1 Petrolina)

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