Servidores da SMTT facilitavam venda ilegal de praças de táxi, conclui polícia

Três pessoas foram presas; entre elas um agente penitenciário.
Polícia diz que documentos da SMTT de Maceió eram usados no esquema.

Suspeitos presos negam participação nos golpes (Foto: Marcio Chagas/G1)À esq. Nicassia da Silva Dias; no centro Irlane Cássia da Silva; e à direita Marcos Antônio Rodrigues da Silva (Foto: Marcio Chagas/G1)









A Polícia Civil apresentou, na manhã desta quarta-feira (2), três pessoas suspeitas de falsificar documentos de concessão de praças de táxis, durante coletiva na sede da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), em Maceió. Segundo a polícia, o grupo só conseguiu agir com o apoio de funcionários da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) de Maceió.
O superintendente da SMTT, Tarcio Melo, também esteve na sede da Deic na manhã desta quarta. Ele disse que partiu do próprio órgão a informação do golpe. "Ficamos sabendo que uma mulher se apresentava em uma rede social oferecendo praça e também recolhemos uma documentação e apresentamos ao Serviço de Inteligência da Polícia Civil", afirma.
Melo foi até à Deic para reconhecer assinaturas dos supostos funcionários que participaram do esquema.
“Tudo será devidamente apurado. Se for comprovada a participação de servidores da SMTT, vamos tomar as medidas cabíveis", disse o superintendente da SMTT de Maceió.

Entre os suspeitos estão o agente penitenciário Marcos Antônio Rodrigues da Silva, 35, e uma mulher que dizia ser coordenadora do setor de multas da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) de Arapiraca, Irlane Cássia da Silva, 30 anos. O órgão, por sua vez, negou que a mulher seja sua funcionária. Segundo a polícia, Marcos e Irlane tinham um relacionamento, e ele agia como um cobrador das supostas vítimas.

A outra suspeita presa é a cabeleireira Nicassia da Silva Dias, 35, que segundo a polícia aliciava vítimas. "Comprei uma praça pelo Marcos por R$ 5 mil há sete meses e fui vítima", alegou Nicassia.
Delegado Manoel Acassio e o delegado Ronilsson Medeiros falam sobre as prisões (Foto: Carolina Sanches/G1)Delegado Manoel Acassio e o delegado Ronilsson
Medeiros falam sobre as prisões
(Foto: Carolina Sanches/G1)
As prisões das suspeitas ocorreram no Antares, em Maceió. Já o agente penitenciário foi preso quando chegava ao sistema prisional. Na casa de Marcos Antônio Rodrigues, na Cidade Universitária, os policiais encontraram duas granadas.

O grupo estava sendo investigado há quatro meses. Enquanto a concessão autêntica e legal custa cerca de R$ 80 mil, os suspeitos vendiam o documento falso com valores entre R$ 5 mil e R$ 30 mil. As investigações iniciaram depois que uma vítima denunciou o esquema para a polícia.

"Já entramos em contato com a prefeitura que confirmou que não há concessão desde o começo desta gestão. Também nos confirmaram que a documentação encontrada tem assinatura falsa", informou o delegado Manoel Acassio, ao reforçar que os documentos são da SMTT, por isso a polícia acredita na participação de pessoas do órgão. As assinaturas eram falsificadas em seguida.
Em um dos golpes, a polícia informou que o grupo faturou R$ 100 mil, vendendo três praças de uma única vez. As vítimas alegaram que nunca receberam os documentos. "Eles passavam uma imagem que era tudo legal e chegavam a emitir documento falso. Mas não encontramos nenhuma praça rodando", afirmou o delegado Ronilson Medeiros.

Irlene falou que não sabia que era errado o que fazia. "Um homem chamado Júlio que é da Smile e conhece pessoas na SMTT articulou tudo. Eu entrei em uma barca furada com ele. Ai ele não recebeu a comissão e denunciou. Eu não sabia que era errado", disse.

Segundo a polícia, os três serão autuados por estelionato. O agente penitenciário será autuado ainda por posse ilegal de armamento e Irlane Cássia da Silva, 30 anos, que se identificava como coordenadora do setor de multas da SMTT de Arapiraca, será autuada por falsidade ideológica porque não faz parte do quadro de funcionários do órgão.
Duas granadas foram encontradas na casa do agente penitenciário (Foto: Carolina Sanches/G1)Duas granadas foram encontradas na casa do agente penitenciário (Foto: Carolina Sanches/G1)
(fonte: Carolina Sanches Do G1 AL)

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