Trabalho da Compesa gerou confusão, pois moradores estão sem água.
Compesa pede documento de doação da área para fazer ligação legalizada.
Retirada de ligação clandestina na Vila Esmeralda em Petrolina (Foto: Reprodução/ TV Grande Rio)
A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) retirou uma ligação de água clandestina nesta segunda-feira (28) no bairro Vila Esmeralda, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. O trabalho da empresa gerou confusão, pois a comunidade alega que boa parte das casas estão sem abastecimento de água e havia uma autorização de um funcionário da Compesa para fazer a escavação e a ligação da água.
No Vila Esmeralda são cerca de 40 casas, a maioria ex-moradores da antiga ocupação do Raso da Catarina. Eles afirmam que a prefeitura fez a doação da área quando foram desocupados da Vila Eulália há cerca de dois anos e quatro meses.
Os moradores cobram uma melhor infraestrutura na Vila, sobretudo, o abastecimento de água. “As pessoas foram assentadas após a reintegração de posse do Raso da Catarina, mas estamos no meio do mato como se fossémos bichos. Estamos bebendo água de barreiro e comprando um tambor de água por R$10 para tomar banho, beber, para tudo. Isso é uma injustiça. Vão tirar a ligação sim, porque ninguém quer fazer baderna, mas, pelo menos, bote um ponto água para podermos beber”, reivindica o presidente do movimento dos Sem Teto, Leto Lima
Os moradores relatam que gastaram em média R$ 4 mil reais pra fazer a ligação de água e a autorização veio de um dos funcionários da Compesa. “Estamos no meio do nada e tem muitas famílias passando necessidade. O gerente da Compesa que liberou essa rede, gastamos mais de 4 mil reais com essa rede. Ele disse para a gente rasgar a rede e ele não está cumprindo com a palavra, mas não temos documentos em mãos”, esclarece o vendedor ambulante Cosmo Fernando Monteiro.
A gerente interina da Compesa, Nadja Alencar, disse que desconhece a autorização e que apenas pode fazer a ligação da água quando os moradores comprovarem que receberam os terrenos por doação. “Não tem nenhuma autorização oficial da Compesa, o que aconteceu foi que eles procuraram o coordenador técnico que deu a orientação de como é fazer o pedido legal de liberação de água. Foi passada a documentação necessária e que precisava no mínimo ter o termo de doação de posse da área para a gente legalizar a ligação. Nós recebemos uma denúncia de ligação clandestina e por isso estamos removendo hoje a encanação”, explica.
De acordo com a Compesa, os moradores têm direito de ter abastecimento de água, mas é preciso legalizar a ligação. “Rede clandestina é crime, mas estamos conversando com os moradores, sei que eles querem ter água, mas é preciso fazer de uma forma legal. A tubulação que foi colocada é uma tubulação de irrigação e não vai nem atender eles direito”, garante.
A Secretaria Executiva de Ordem Pública de Petrolina informou através de nota que toda afirmação referente à doação de terreno no local da referida invasão é falsa. O terreno da invasão é próximo a uma lagoa com sistema de tratamento de esgoto aberto e é irregular para moradia por questões sanitárias e de saúde. Sendo dessa forma necessário a demolição da invasão. A prefeitura disse ainda que está em fase de estudo e planejamento para definir o destino das famílias após a demolição.
(Do G1 Petrolina)
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