Reza a Lenda” estreia nesta quinta-feira nos cinemas

Filme com trama que se passa no Interior do Nordeste teve cenas gravadas em Petrolina   VEJA O TRAILER


Cauã Reymond é protagonista, no papel de motoqueiro em cenário apocalíptico

Quando começou, ano passado, a circular pela internet o trailer de divulgação de “Reza a Lenda” (Bra., 2016) - primeiro longa-metragem de Homero Olivetto (filho do publicitário Washington Olivetto), estreando hoje nos cinemas-, a produção ganhou rapidamente o apelido de “O Mad Max Brasileiro”. Nem vamos aqui comentar o tamanho da injustiça por essa comparação com a quadrilogia australiana de George Miller, e sim apenas detalhar algumas fragilidades dessa pseudo-apocalíptica obra rodada no Sertão em 2015, incluindo Petrolina. 
A fragilidade 1 de “Reza a Lenda” está em seu leitmovit, aquilo que impulsiona os personagens a fazerem o que fazem, ou seja, matar e morrer primeiro pela imagem de uma Santa que supostamente fará chover no Sertão caso seja trazida de volta ao lugar certo; e, depois, sacrificar-se para levar uma prenda (a bela Luisa Arraes) a uma espécie de mago (Júlio Andrade) que supostamente tem poderes de saber como “agradar” o clima.
Tudo bem que não é preciso nada tão sofisticado para oferecer o tipo de emoção que “Reza a Lenda” quer (corre-corre, tiros, explosões e um pouco de romance) mas, a consistência entre o que os personagens precisam e o que eles são junto ao universo ao seu redor são fatores fundamental para o espectador acreditar neles e se emocionar. Caso contrário, o que sobra é uma distração inócua, e não bom cinema.
A fragilidade 2 do filme consiste num roteiro que desafia o raciocíno lógico (num mau sentido) do público. Situações que estimulam a pláteia a perguntar-se - “mas porque eles não fazem isso ou aquilo? Não seria mais simples?” - ajudam a empurrar a credibilidade do que se conta na tela ainda mais para baixo. A fragilidade 3 está no filme confiar, com muita força, na dinâmica de sua montagem, combinada com a fotografia estilizada e os efeitos especiais de pós-produção. Estes recursos, ora atendem bem, ora não à credibilidade. Já a opção da estética combinada entre edição e plástica surge sem uma personalidade própria. Soam mais como algo que já foi exaustivamente (e melhor) realizado por Hollywood.
A fragilidade 4 está no desequílibrio do elenco, que traz bons nomes. É que alguns simplesmente parecem mais à vontade no que lhes coube - o caso de Cauã Reymond e Jesuíta Barbosa - enquanto outros parecem ter caído de paraquedas naquele sertanejo cenário apocalíptico, distópico (Sophie Charlotte, Luisa Arraes, Júlio Andrade). Um ponto para Humberto Martins, que parece ser o que mais se diverte ali ao interpretar o malvadão da história. Ele também nos diverte.    (Folhape)

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