Agricultores de Pernambuco sofrem com a falta de água dos carros-pipa

(Reprodução / TV Grande Rio)


Situação dramática para os agricultores de comunidades rurais do sertão de Pernambuco: muitas famílias estão há três meses sem abastecimento de água pelos carros-pipa. Os motoristas estão parados porque há meses não recebem pagamento do Governo Estadual.


Sol escaldante, caatinga cinzenta. Em Belém do São Francisco, no sertão de Pernambuco, está complicado enfrentar a seca sem água nem para o consumo das famílias. Dona Antônia Maria de Jesus, que já tem 105 anos de idade, mora em um povoado que, por ironia, chama Bom Viver. “Está difícil sem chuva, está difícil”, diz.

(Reprodução / TV Grande Rio / Globo Rural)
Na casa do agricultor Francisco Pedro da Silva, a cisterna não tem mais nenhuma gota. É preciso contar com a caridade para conseguir sobreviver.
A situação das famílias de comunidades rurais da região piorou depois que alguns carros-pipa pararam de circular. Eram eles que levavam água até as casas mais distantes, mas agora os caminhões estão estacionados em um pátio que fica próximo a uma rodovia. Os motoristas disseram que não têm condições de trabalhar porque estão com os pagamentos atrasados.
Pipeiros de outros municípios do estado também suspenderam o abastecimento. Só em Petrolina são 93 motoristas sem trabalhar, prejudicando cerca de 6,5 mil pessoas.
Tudo isso vem acontecendo justamente em meio a uma das piores secas que a região já enfrentou e enquanto essa situação não se resolve, tem gente gastando o que não tem para não morrer de sede. A agricultora Maria de Lurdes dos Santos conta que pagou R$ 80 para ter água na cisterna, mas o dinheiro está fazendo falta no orçamento da família, que mora em uma casa de barro.
Tereza Maria da Conceição mora na zona rural de Petrolina e está preocupada. O restinho de água que tem na cisterna da propriedade dela não deve durar muito tempo. “Eu tenho medo de passar sede, de não ter mais o que beber. A sede é pior do que a fome”, lamenta.
Há 10 dias, os pipeiros receberam uma parcela do pagamento, mas afirmam que só voltam ao trabalho quando receberem todos os pagamentos atrasados. O governo do estado informa que pretende regularizar os débitos no primeiro trimestre de 2017. informações do Paulo Ricardo Sobral / Globo Rural / Belém do São Francisco, PE.

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