Juízes e promotores de Petrolina protestam contra mudanças em pacote anticorrupção

(Fotos: Reprodução / Blog edenevaldo alves)


juízes, promotores e servidores da região do São Francisco vestidos de preto e com cartazes, realizaram na manhã desta sexta-feira (02) em frente ao Fórum de Petrolina, no Sertão de Pernambuco uma manifestação contra as manobras dos parlamentares no Congresso nacional.


O ato repudia a postura da câmara dos deputados que desconfigurou medidas do pacote “anticorrupção”, com 10 propostas do trabalho do Ministério Público que servem para varrer a corrupção envolvendo parlamentares, incluindo os políticos que respondem pela Operação Lava-Jato e outros crimes atípicos.
“A Câmara dos Deputados fez essa manobra e ao invés de combater a corrupção, criminalizou juízes, promotores com crimes abertos e isso viola as prerrogativas do Ministério Público, eles querem acabar com a Lava-Jato, porque não querem que nada afete seus interesses pessoais”, desabafa a juíza titular federal da 8ª vara de Petrolina,  Thalynni Lavor.
lavorA juíza reforça que o apoio popular é importante para o momento e pede que os agentes públicos trabalhem de forma clara e eficiente para combater a manobra dos parlamentares.
“Eles querem que quem trabalhe direito, fique com medo para não puni-los. O congresso e os poderes públicos podem funcionar de maneira correta atendendo o apelo popular que já se cansa de tanta corrupção. Isso é perigoso, se a população não tiver mais o judiciário e o Ministério Público para recorrer, não existirão outras alternativas”, complementa.
Os juízes e promotores de Petrolina estão passando por um momento de turbulência e pedem que a pressão popular garanta recursos e direitos constitucionais, isso significa que a partir do que foi aprovado na câmara, poderá ser crime, determinar uma decisão sob pena de multa pessoal e passaria a ser abuso de autoridade, como um crime de violação de prerrogativa, punir quem pratica corrupção e utiliza de forma irregular do que é público, ou direito da população.
Críticas aos parlamentares diante da tragédia da Chapecoensejussara
Jussara Figueredo, juíza da 2ª Vara de Família de Petrolina, reforça a união da classe e diz que o protesto é uma forma de buscar pela legitimidade do trabalho do Ministério Público e critica a decisão dos parlamentares, que votaram no projeto, diante da tragédia do time da Chapecoense.
“Esse manifesto quer reiterar o valor do judiciário, da polícia e na calada da noite os que se dizem representantes do povo votaram no projeto diante da tragédia com o time de Chapecó, desvirtuando um projeto que tinha a assinatura de 2 milhões de pessoas. Querem amordaçar nosso trabalho, querem prejudicar a Lava Jato e se for aprovado, uma pessoa que reponde pelo crime de corrupção, um promotor ou juiz serão os penalizados, como se eles fossem criminosos”, explica.
tilemonO promotor público de Petrolina Tilemon Gonçalves, diz que a situação é preocupante e que o Ministério Público não ficará calado. “É um atentado contra os brasileiros e petrolinenses. Queremos conter essa situação e responsabilizar quem está fazendo algo de errado, que são os poderosos, eles merecem a cadeia, pois utilizam da maneira como querem o dinheiro público”, alfinetou.
Riscos
O pacote com as alterações foi aprovado pela Câmara dos Deputados na madrugada de quarta-feira (30). Entre as mudanças, está a retirada da tipificação do crime de enriquecimento ilícito e a inclusão do crime de responsabilidade a magistrados e membros do Ministério Público que cometerem algum tipo de abuso de autoridade, algo contestável pela categoria. com informações do Blogedenevaldoalves.

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