Sessão da Casa Plínio Amorim acaba em troca de farpas entre Ronaldo Silva e Cristina Costa

(Reprodução)


A vereadora oposicionista Cristina Costa (PT) e seu colega de Legislativo, Ronaldo Silva (PSDB), que integra a base do governo na Casa Plínio Amorim, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, protagonizaram, no final da sessão plenária desta quinta-feira (16), um duro bate-boca, com troca de farpas de ambos os lados. O clima já estava se acirrando entre os dois a pelo menos duas sessões atrás, quando a petista usou o termo “golpe” para se referir ao governo do presidente Michel Temer. E voltou a repetir o termo novamente na sessão de hoje.

Aborrecido, Ronaldo Silva usou a tribuna para desabafar. Mesmo ressaltando que não iria citar nomes para não dar direito de resposta, acabou mencionando o Partido dos Trabalhadores (PT), do qual Cristina e o vereador Professor Gilmar Santos fazem parte.

Ronaldo afirmou que o maior golpe foi dado nos trabalhadores, pelo próprio PT, cuja herança de 12 milhões de desempregados foi deixada para o atual governo. “Aqui nos nossos gabinetes, a gente sente essa realidade do golpe que tanto eles falam. Todos os dias a gente se depara com homens e mulheres atrás de oportunidades, por causa do governo que passou e roubou a confiança dos trabalhadores que tanto esse partido defende. Será que o povo todo que foi para as ruas é tudo golpista?”, disparou.

O vereador disse ainda que a população “se cansou da quadrilha que se instalou” no país. “Basta ver, pelos meios de comunicação, o tanto de ladrão desse partido que está na cadeia”, completou. Mas a gota d’água foi quando Ronaldo citou a nova delação do executivo da Odebrecht, o qual afirmou ter destinado R$ 8 milhões ao ex-presidente Lula, tachado por Ronaldo como “chefe da quadrilha”.

Contestação

Como o tucano acabou citando o PT, Cristina pediu a palavra para rebater as críticas. Neste momento, no entanto, o Primeiro Secretário da Mesa Diretora, Manoel da Acosap (PTB), que ocupava a presidência, decidiu encerrar a sessão, sob a justificativa de estar cumprindo o Regimento Interno. O argumento foi rebatido pela vereadora. Primeiro porque o partido dela havia sido citado. Além disso, Cristina disse que o Regimento é tolerante quando o debate é de interesse da população. A vereadora também contestou o fato de que Major Enfermeiro, como vice-presidente, era quem deveria dar a sessão por encerrada.

Antes de ter o microfone cortado, no entanto, Cristina chegou a rebater o colega. Disse que as cobranças dos adversários de Dilma Rousseff foram apenas para tirar a então presidente do poder, enquanto o país “só afundou” depois disso. Cristina afirmou ainda que Lula já foi inocentando em 47 depoimentos na Operação Lava-Jato e que os movimentos sociais não estão nas ruas porque “o atual governo golpista” não deixa. A vereadora completou afirmando que os verdadeiros ladrões estão na cúpula do governo que o PSDB de Ronaldo apoia. Ela lembrou ainda que enquanto Lula lidera as intenções de voto para presidente em 2018, com 30%, o senador tucano Aécio Neves está perdendo até para Jair Bolsonaro (PSC-RJ), segundo pesquisas.

Um cidadão que estava no plenário chegou a se dirigir à vereadora, e aos gritos pediu para o PT “deixar de choro”, mas foi ignorado por Cristina, que continuou o bate-boca com Ronaldo por alguns minutos. Com dedos em riste, os continuaram as ofensas, mas foram separados por colegas de Legislativo. Informações do Blog do Carlos Britto.

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