Chuva forte causa prejuízo em plantações de uva do Vale do São Francisco

(Foto: Reprodução/ TV Grande Rio )


As fortes chuvas da última semana na região do Vale do São Francisco têm deixado os produtores, principalmente de uva, bastante preocupados com a qualidade da colheita e as possíveis perdas. De acordo com o Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, cerca de 40% da produção de uva que estava pronta para colheita foi comprometida.

Em uma plantação no N5, na zona rural, os trabalhadores passaram alguns dias limpando os bagos de uva que apodreceram ou racharam, por causa da chuva forte. O pluviômetro da fazenda registrou 289 milímetros. Dos 100 hectares de área plantada, 25 estavam em fase de colheita e foram os mais prejudicados. Foram mais de seis toneladas perdidas e que seriam destinadas à exportação.

“Essa fruta que foi atingida pela chuva ela não presta para o comércio exterior. Com isso, nós temos que cancelar contratos com clientes que comprariam essa fruta. Ela perde qualidade. Toda fruta que é rachada ela destinada para fazer vinagre, não serve mais para a comercialização”, explica o técnico agrícola, Eliomar Barbosa.

A maioria das variedades de uva plantadas no Vale do São Francisco não suporta grandes quantidades de chuva e a média registrada na zona rural de Petrolina foi de 110 milímetros em apenas três dias. O agrônomo Pedro Ximênes explica porque a chuva prejudica tanto a fruta e em curto espaço de tempo.

“Com as chuvas torrenciais que aconteceram no Vale do São Francisco, cria um microclima favorável para doenças fúngicas. Essas doenças são muito comuns aqui na região após a chuva”, diz.

O gerente-executivo do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina, Flávio Diniz, destaca como a queda na qualidade das uvas afetam a exportação. “Boa parte da uva perde a qualidade exigida pelos mercados externos. Aí, consequentemente, o produtor tem uma perda na quantidade de exportação, de cumprir seu calendário”.

De acordo com Flávio Diniz, isso ainda pode representar prejuízos futuros, já que áreas que estavam no período de floração também foram atingidas. “Se a uva está em uma época de florada, com as chuvas vai afetar a produtividade em fevereiro de 21, a depender do ciclo e da variedade da uva. Se havia uma programação de exportação ou de mercado interno, com base na produtividade por hectare, isso vai ser bem menor em consequência da florada, que há uma perda substancial em decorrência da chuva”.

Outra fazenda da região investiu em uma alternativa para tentar evitar o prejuízo. Uma máquina movida a trator tem sido utilizada para secar os cachos de uva. O serviço é disponibilizado por uma empresa terceirizada e precisa ser feito, pelo menos, uma vez após a chuva.

“Foi muito produtivo aqui na fazenda. A gente conseguiu otimizar os trabalhos e reduzir os danos da chuva”, afirma o dono da fazenda, José Coelho. Essas informações são do G1 Petrolina.

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