Comissão dá autorização final para uso da vacina de Oxford contra a Covid-19 na União Europeia

Do G1

Imagem ilustrativa de DoroT Schenk do Pixabay

A Comissão Europeia concedeu, na sexta-feira (29), a aprovação final do uso da vacina de Oxford contra a Covid-19 na União Europeia. Mais cedo, no mesmo dia, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) já havia recomendado o uso. A expectativa é de que o bloco receba 400 milhões de doses ao longo do ano.

Com o aval, os 27 países da União Europeia podem começar a usar o imunizante suas populações. Não há previsão de quando isso deve acontecer.

O bloco também anunciou a restrição de exportações da vacina até 31 de março. A ideia é que as vendas não ocorram antes que a União Europeia garanta um estoque suficiente para os 27 países que a integram. Com a medida, que entra em vigor neste sábado (30), os membros precisarão ser notificados e conceder autorização à exportação da vacina para fora do bloco.

As restrições só não se aplicam a 35 países e territórios, incluindo europeus fora da União Europeia e países como Israel, Síria, Líbia, Tunísia, Marrocos e outros.

Os 92 países considerados de renda baixa ou média da Covax, a iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) para distribuição igualitária das vacinas, também estão fora das restrições. A OMS criticou as medidas adotadas pela União Europeia.

Aprovação

A recomendação do uso pela EMA foi feita para pessoas a partir de 18 anos de idade. A segurança e a eficácia (veja detalhes mais abaixo) da vacina de Oxford foram avaliadas em quatro ensaios com voluntários humanos, mas a EMA disse que baseou a recomendação de uso apenas em dois ensaios, feitos no Brasil e no Reino Unido. Isso porque, segundo agência, os outros dois ensaios tiveram apenas 6 casos de Covid cada entre os participantes.

Além disso, a EMA também considerou a aplicação da vacina em duas doses padrão e com a segunda dose dada de 4 a 12 semanas após a primeira. Por isso, a agência analisou os resultados envolvendo pessoas que receberam este regime de doses.

Os dados mostraram uma redução de 59,5% no número de casos sintomáticos de Covid-19 em pessoas que receberam a vacina em comparação com as pessoas que não receberam. Esse percentual representa a taxa de eficácia da vacina.

Ao todo, conforme os resultados analisados pela agência, 64 pessoas de 5.258 vacinadas tiveram Covid sintomática. No grupo não vacinado, de 5.210 pessoas, foram 154 com Covid sintomática.

Duas vacinas já foram aprovadas na União Europeia: a da Pfizer/BioNTech e a da Moderna. O imunizante de Oxford já havia sido aprovado, de forma independente, pela Hungria, que faz parte do bloco.

Outros países também já haviam concedido autorização de uso à vacina, incluindo o Brasil. Reino Unido, Argentina, Índia, México e Paquistão também concederam aprovação.

Eficácia

Os resultados da eficácia da vacina de Oxford foram publicados em dezembro na revista científica "The Lancet".

Os pesquisadores constataram que a vacina teve uma eficácia média de 70%, considerando dois dados:

um grupo de participantes vacinados recebeu duas doses inteiras da vacina (doses padrão). Nesse grupo, a eficácia da vacina ficou em 62%.
um grupo menor também recebeu as duas doses. Mas, na primeira dose, recebeu apenas metade da quantidade do imunizante. Na segunda dose, a quantidade recebida foi a padrão (ou seja, a dose inteira). Nesse grupo, a eficácia foi de 90%.

Os cientistas não souberam explicar o motivo dessa diferença.

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