É uma boa hora para pegar empréstimo?

Do Leandro Trajano

Imagem de Robin Higgins do Pixabay 


Diante de uma situação de aperto, muitas pessoas pensam em relação a alguns pagamentos que ficam para trás. Será que é hora de pegar empréstimo? Seria mesmo a única solução? Estou apertado, sigo pagando as minhas dívidas?

Estas e tantas outras perguntas tiram o sono de muita gente no Brasil e no mundo afora. Aqui, trago alguns pontos de reflexão para que se tenha uma base mais sólida em relação aos próximos passos e tomada de decisão.

Fundamental entender, identificar o que realmente não está sendo possível pagar e procurar alternativas. Primeiro, enxugar o orçamento em outros itens, é de cortar despesas mesmo que falo, itens supérfluos, despesas extras e até mesmo as fixas devem ser revistas, substituídas e, a depender da necessidade, até mesmo canceladas. Dê uma geral na casa, veja o que não é usado e pode ser vendido, pois não deixa de ser uma forma de gerar receita complementar e adiar de alguma forma o pedido de empréstimo, repense a situação em relação a possíveis bens, carro, moto, é realmente essencial? Pois, ao vender um deles, você não só pode se capitalizar, como reduzir as suas despesas mensais, ganhando assim um dinheiro de “imediato” e também um fôlego no orçamento.

Se já tem parcela de empréstimo no seu orçamento e está pesando, vale a tentativa de renegociação, mas pense bem, aceite as condições apenas se você realmente puder honrar, caso contrário a sua credibilidade cai, e as condições para outros pedidos adiante podem ser piores em relação aos juros.

Se depois disso tudo ainda há o desencaixe e você observou que as saídas/despesas estão maiores que as entradas/ganhos, é hora de partir para a sua reserva de emergência (isso para quem tem, ou ainda, pode fazer a venda de um bem antes de entrar nela, são escolhas), e se não tem a reserva, será necessário o apoio externo, sendo importante mapear as alternativas.

Existe a possibilidade de pegar um empréstimo com alguém da família ou algum amigo? Mas pense bem! É uma coisa que precisa ser levada muito a sério, se você não honrar, pode custar uma amizade ou abalar a relação familiar, portanto esteja seguro.

Muita gente, diante de momentos assim, se limita a buscar crédito apenas na instituição financeira que tem conta, relacionamento, isso por não acreditar que qualquer outra teria interesse e possibilidade de oferecer algo vantajoso para quem não é cliente, mas pensa bem: essa outra instituição quer novos clientes para ampliar a carteira e sabe que, para atrair novos clientes, precisa oferecer vantagens, boas condições. É aí que você entra, comparando em pelo menos três instituições as condições de prazo, eventual carência, taxa de juros e custo efetivo total do empréstimo, a fim de identificar o que é mais viável para você. Observou? Ao pegar um empréstimo não basta olhar a parcela e se ela cabe no orçamento, o que normalmente é feito pela maior parte das pessoas que, de forma equivocada, ignoram os juros.

Sim, tem várias modalidades de crédito, se você coloca algum bem em garantia pode conseguir uma taxa de juros bem melhor, porém nem sempre isso é oferecido por quem está negociando com você. Lembre dessa possibilidade e, claro, olho nos pontos que destaquei acima e procure fechar tudo de forma que não coloque em risco o bem colocado como garantia.

Tem ainda o cheque especial (se adequa melhor para uma necessidade de recurso com rápida reposição), que oferece um crédito fácil e rápido, por isso é extremamente caro, tem os juros bem altos assim como o do cartão de crédito. Tem também o empréstimo consignado, “vilão” de muitos servidores públicos, que são atraídos pelos juros baixos. Digo sempre que se deve tomar muito cuidado com o consignado, pois a parcela de é descontada direto na folha, ou seja, você não tem a opção que outras modalidades podem te dar, de atrasar um pouco o pagamento, por exemplo, a fim de priorizar a manutenção de despesas essenciais para você e sua família. Portanto, cautela, consciência e análise, para que possa tomar as melhores decisões, sem pressa, mas com segurança, para que o impulso e a vontade de resolver não terminem trazendo um desequilíbrio ainda maior ou desnecessário para a sua vida financeira.


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