"Cheguei em São Paulo mais ou menos com 11 anos de idade. Com 19 anos tinha vontade de conhecer o futebol de 5, treinar com atletas que tinham problemas visuais também. Então consegui uma equipe, comecei a treinar, conhecer alguns outros atletas que também praticavam o atletismo. Alguns companheiros me chamaram para conhecer a modalidade, fiz testes, o técnico gostou e fez o convite para eu treinar”, relembra Sivaldo.
Ao descobrir o atletismo, o garoto começou a treinar e participar de provas de rua de 5km, 10km, 15km. Em seguida foi escolhido para fazer os 400m, prova que se identificou e segue treinando e competindo. A mudança deu tão certo, que na modalidade ele já conquistou o bicampeonato brasileiro.
Mas, se dentro das pistas o jovem havia se encontrado, fora delas sentia que um vazio ainda precisava ser preenchido. Como seus pais tinham se separado quando ele era muito pequeno, o paratleta não via o pai há 17 anos e sentiu o desejo de reencontrá-lo. Seu pai morava em Juazeiro do Norte-CE.
"No ano 2016 tive a ideia de que queria rever meu pai, ficar mais próximo. Foi uma alegria muito grande reencontrá-lo. Depois, todos os anos eu pegava férias do clube e ia para Juazeiro. Então falei: ‘Cerca de 17 anos sem ver meu pai, vivi a maior parte da minha vida sem ele, quero dar maior atenção’. Ele vivia doente também e fui querendo me aproximar mais”, conta.
Com isso, o paratleta estava decidido a voltar para o Nordeste. Só que ainda existia um obstáculo: como continuar no atletismo? Sivaldo queria poder conviver mais com o pai, mas não queria abandonar seu outro grande amor. Foi então que surgiu a Associação Petrolinense de Atletismo (APA) e a cidade de Petrolina-PE.
"Pesquisei por uma equipe para eu poder continuar praticando o atletismo e a APA Petrolina era um clube que estava bem colocada, sempre com boas posições nos Campeonatos Brasileiros, e vi que de Petrolina para Juazeiro são 350km. Tive a ideia de que eu podia mudar para Petrolina, continuar treinando, e aos finais de semana ou feriados dar um pulinho para ver meu pai. Então, primeiro fui para o Maranhão, fiquei cinco meses lá até mudar para Petrolina. Antes de vir comecei a treinar nas estradas do Maranhão, nas rodovias, e o professor Marciano já me passava treinos e eu fazia”, relata.
Pouco tempo depois, durante uma visita aos seus familiares que ficaram em São Paulo, Sivaldo recebeu a triste notícia do falecimento do pai. Abalado, o corredor chegou a pensar que todo seu plano não fazia mais sentido e cogitou desistir. Mas, com o incentivo de familiares e companheiros, ele recuperou o ânimo e decidiu que Petrolina é seu novo lar e a APA sua mais nova família.
"Fiquei muito triste, pois vim para Petrolina porque queria treinar, mudei para equipe para poder rever meu pai. Então perguntei: ‘E agora o que vou fazer?’. Então resolvi continuar, não desistir de morar em Petrolina. Coloquei nas mãos de Deus e graças a ele está dando muito certo. Fui bem acolhido pelo pessoal, é uma cidade maravilhosa. Por mais que eu deixei a minha família em São Paulo, mas estou me dando bem aqui. Estou começando um novo ciclo. Estou gostando muito daqui e por enquanto não pretendo sair”, afirma.
Residindo em Petrolina há cinco meses, Sivaldo segue treinando forte e espera escrever capítulos felizes e brilhantes assim como as medalhas que já começou a conquistar com a camisa da APA e representando o estado de Pernambuco.
"Sempre quis representar meu estado de origem nas competições. Hoje estou realizando esse desejo”, comemora.
Essas informações são da Ascom - APA Petrolina
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