Comissão vai apurar possível relação entre joias e negócios sauditas no Brasil

Joias enviadas a Michelle e Jair Bolsonaro, pelo governo da Arábia Saudita, são avaliadas em R$ 16,5 milhões | Reprodução


Uma comissão do Senado Federal irá apurar se há relação entre as joias irregulares, apreendidas com um assessor do Ministério de Minas e Energia, e negócios da Arábia Saudita no Brasil. A informação foi confirmada, nesta 5ª feira (09.mar), pelo senador Omar Aziz, que irá presidir a Comissão de Fiscalização e Controle.

O senador afirmou que os parlamentares devem investigar eventuais interesses do governo saudita junto ao Executivo brasileiro, e lembrou ainda da venda da refinaria Landulfo Alves, na Bahia.

"Há indícios fortes de que esse valor absurdo de um presente desse, ele não ia para o governo brasileiro, iria para alguma pessoa. Esse fundo da Arábia Saudita prometeu faze investimento de 10 bilhões de dólares. E aí, logo depois desse anúncio de 10 bilhões, a refinaria é vendida para esse fundo", observou Omar Aziz (PSD-AM).

Na próxima semana, o parlamentar deve apresentar requerimentos para convocar os envolvidos no caso do colar de diamantes, e também do estojo com relógio e abotoaduras.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que assinou o recebimento do kit masculino, pode ser convocado a prestar esclarecimentos à comissão.

O Tribunal de Contas da União (TCU) aceitou a representação do Ministério Público de Contas, e já abriu processo para apurar a entrada ilegal das joias.

Entre os ministros do Tribunal de Contas já existe consenso de que a recomendação será para a devolução dos itens que estão com Bolsonaro, como já ocorreu em outros casos. Por isso, o retorno do ex-presidente, dos Estados Unidos, poderá ser antecipado.

Enquanto isso, os comandos da Marinha e do Exército ainda não abriram investigações internas para apurar a conduta dos militares que trouxeram as joias para o Brasil. O comando das duas Forças devem esperar as investigações da Polícia Federal para decidir só depois o que fazer.

O tenente-coronel Mauro César Cid segue com função administrativa no Comando do Exército, em Brasília. Foi ele quem determinou que o sargento da Marinha, Jairo Moreira da Silva, usasse um avião da FAB para ir até o Aeroporto de Guarulhos, em dezembro do ano passado, para buscar as joias.

Outro militar envolvido no caso é o Marco Santos Soeiro, que chegou com os diamantes no Brasil, e foi barrado pelos auditores da Receita Federal.

Nesta 5ª feira, o Ministério da Fazenda confirmou que recebeu uma representação dos auditores que foram pressionados sobre o caso. As informações foram encaminhadas para a Controladoria-Geral da União, que já está investigando a conduta dos servidores civis, como é o caso do ex-chefe da Receita, Júlio Cesar Vieira.


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