O governador deu a declaração mais cedo, ao lado de Nunes. "Teve o salve. Houve interceptação de conversas e de orientações que eram emanadas de presídios por parte de uma facção criminosa, orientando determinadas pessoas, em determinadas áreas, a votar em determinados candidatos", pontuou.
"Houve essa ação de inteligência, houve essa interceptação, agora isso não vai ter influência nenhuma na eleição", acrescentou. Na sequência, ao ser questionado por um jornalista sobre em quem o PCC estava orientando votação na capital paulista, Tarcísio respondeu: "Boulos". O governador, no entanto, não apresentou provas do ocorrido.
Guilherme Boulos se manifestou sobre a declaração por meio de vídeo publicado em suas redes sociais.
"Dia de eleição, dia decisivo. Imaginei que ao menos hoje fosse ser um dia mais tranquilo em relação às mentiras que os nossos adversários fizeram durante toda a campanha. Mas eu recebi a notícia agora há pouco de algo que beira o inacreditável", iniciou o candidato.
"O governador Tarcísio, ao lado do candidato dele, acabou de fazer uma declaração extremamente grave, sem nenhum tipo de prova, dizendo que o PCC teria determinado voto em mim. Gente, olha o nível".
De acordo com Boulos, seus adversários "partiram para o desespero absoluto". Ele chamou a fala de Tarcísio de "o laudo falso do segundo turno". Na antevéspera do primeiro turno, o candidato a prefeito da capital paulista Pablo Marçal (PRTB) divulgou um laudo médico falso que afirmava que o candidato do Psol havia sido internado em decorrência de dependência química.
"É uma coisa inacreditável o que está acontecendo neste momento em São Paulo para tentar influenciar as eleições, para mais uma vez, como fizeram a campanha toda, tentar botar medo nas pessoas", pontuou Boulos no vídeo deste domingo.
Ele diz também acionou a equipe jurídica de sua campanha e que entrará "com todas as medidas cabíveis contra o governador e quem propagou essa mentira".
Críticas do PT
A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), também criticou a fala de Tarcísio. Segundo ela, o governador "deixou para espalhar na manhã da eleição a maior fake news de toda a campanha".
"É um crime dos mais graves a divulgação, pelo governo de São Paulo, de bilhetes apócrifos, tentando associar a campanha de Boulos e Marta a uma facção criminosa", acrescentou Gleisi.
Ainda de acordo com a petista, Tarcísio deixou para espalhar essa "mentira" apenas hoje "para tentar escapar da Justiça Eleitoral". Trata-se de, em suas palavras, "uma armação rasteira e covarde, típica dos seguidores de Bolsonaro como Tarcísio e Nunes". "Além de crime eleitoral, é um ataque e uma ofensa aos eleitores e eleitoras de Boulos e Marta", concluiu. O PT é a sigla da candidata a vice-prefeita de São Paulo na chapa de Boulos, a ex-senadora e ex-prefeita Marta Suplicy.
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