O Itamaraty diz reconhecer "gestos de distensão" do governo Maduro – "como a liberação de 1.500 detidos nos últimos meses e a reabertura do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas em Caracas" –, mas "deplora os recentes episódios de prisões, de ameaças e de perseguição a opositores políticos".
Na quinta-feira (9), a principal líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, foi detida logo após participar de uma manifestação contra a posse do líder chavista. Quando deixava o ato, tiros foram disparados contra ela e integrantes de seu partido. María Corina foi detida por algumas horas e, posteriormente, o Comando de Campanha Nacional, partido opositor, informou sua libertação.
Foi a primeira aparição pública de María Corina em meses. Impedida de participar do pleito contra Maduro, ela foi substituída por Edmundo González, que se exilou na Espanha após a Corte Eleitoral da Venezuela, dominada pelo chavismo, anunciar a vitória do atual presidente. Na ocasião, o governo brasileiro exigiu a divulgação das atas de votação para reconhecer o resultado eleitoral. Os documentos nunca foram divulgados e atas parciais obtidas pela oposição indicam uma vitória de González no pleito.
Sem romper relações com a Venezuela, mas sem reconhecer oficialmente a reeleição de Maduro, o Brasil reforça, na nota divulgada neste sábado (11), a defesa do regime democrático. "É fundamental que se garantam a líderes da oposição os direitos elementares de ir e vir e de manifestar-se pacificamente com liberdade e com garantias à sua integridade física", diz o texto.
O Itamaraty também pede diálogo entre as forças políticas venezuelanas para um "entendimento mútuo", a fim de resolver "as controvérsias internas".
Desde esta sexta-feira (10) e até a próxima segunda (13), a Venezuela anunciou o fechamento da fronteira com o Brasil. O governo Maduro também fechou a fronteira com a Colômbia.
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