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O requerimento alega que Eduardo Bolsonaro tem atuado de forma "intimidatória" e "retaliatória" contra autoridades brasileiras envolvidas em processos judiciais que atingem seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, denunciado como líder de uma organização criminosa que teria tentado romper a ordem democrática após as eleições de 2022.
Segundo a PGR, Eduardo Bolsonaro vem anunciando publicamente, em redes sociais e entrevistas, que busca junto a autoridades norte-americanas medidas punitivas contra membros do Judiciário e do Ministério Público.
Entre as sanções mencionadas estariam o cancelamento de vistos para entrada nos EUA, bloqueio de bens no exterior e restrições financeiras, como proibição de transações com empresas norte-americanas.
O parlamentar chegou a classificar essas medidas como uma "pena de morte civil internacional" e afirmou, em vídeos divulgados em suas redes sociais, que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, poderia ter dificuldades até para "fazer uma comprinha no Magazine Luiza" devido a possíveis bloqueios em cartões de crédito de bandeiras internacionais.
Desde que se licenciou do mandato em março de 2025, Eduardo Bolsonaro tem se dedicado a uma agenda intensa nos Estados Unidos, reunindo-se com congressistas republicanos e aliados do ex-presidente Donald Trump. Em declarações à imprensa, ele afirmou que sua "missão prioritária" é pressionar por sanções contra autoridades brasileiras.
A PGR destacou ainda que, segundo reportagens, Bolsonaro estaria financiando a estadia do filho no exterior por meio de doações de apoiadores via PIX.
O pedido de inquérito cita declarações do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que confirmou a possibilidade de adoção de sanções contra autoridades brasileiras. A PGR vê nisso um indício de que as articulações de Eduardo Bolsonaro podem estar surtindo efeito, o que, segundo o órgão, configura tentativa de interferência no andamento de processos judiciais.
De acordo com o documento, entre os crimes investigados estão coação no curso do processo, embaralhamento de investigação e ameaça a autoridades.
A PGR pede que a PF tome providências como o monitoramento das redes sociais de Eduardo Bolsonaro, oitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o financiamento da viagem, além de ouvir autoridades diplomáticas brasileiras nos EUA.
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