Ex-presidente Jair Bolsonaro | Reprodução/Agência Brasil
O inquérito foi instaurado a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que vê indícios de que Jair Bolsonaro teria sido diretamente beneficiado pelas ações do filho. Segundo o órgão, o ex-presidente chegou a afirmar que arcaria com os custos da permanência de Eduardo nos Estados Unidos.
Eduardo Bolsonaro é suspeito de atuar para influenciar o governo norte-americano, especialmente aliados do ex-presidente Donald Trump, a adotar sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e membros do Ministério Público.
De acordo com a PGR, o deputado vem anunciando publicamente, em entrevistas e redes sociais, que busca junto a autoridades dos EUA medidas punitivas contra integrantes do Judiciário e do MP brasileiro. Entre as sanções mencionadas estariam o cancelamento de vistos, bloqueio de bens no exterior e restrições financeiras, como a proibição de transações com empresas americanas.
Em vídeos divulgados nas redes sociais, Eduardo chegou a afirmar que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, poderia enfrentar dificuldades até para "fazer uma comprinha no Magazine Luiza", em referência a possíveis bloqueios em cartões de crédito internacionais. Ele também classificou as sanções como uma "pena de morte civil internacional".
Para a PGR, essas declarações têm tom intimidatório e buscam interferir no andamento das investigações que envolvem Jair Bolsonaro. O órgão vê indícios de crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigações sobre organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado de Direito.
Desde o fim de fevereiro, Eduardo Bolsonaro vive nos Estados Unidos. Em março, ele anunciou licença do mandato parlamentar e passou a criticar publicamente o STF, com ênfase no ministro Moraes, responsável por inquéritos que envolvem o ex-presidente e aliados.
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