Israel ordena retirada imediata de palestinos da Cidade de Gaza para ofensiva militar


Exército de Israel em ofensiva em Gaza | Divulgação/Forças de Defesa de Israel


O Exército de Israel divulgou um comunicado, nesta terça-feira (9), ordenando a retirada imediata de todos os civis da Cidade de Gaza, no norte da Faixa de Gaza. A ordem acontece em meio à aproximação das tropas para uma nova ofensiva militar contra o Hamas na região.

“Estamos determinados a eliminar o Hamas e operará na área da cidade de Gaza com grande força. Para sua segurança, evacue imediatamente pelo eixo Al-Rashid em direção à zona humanitária em Al-Mawasi. Permanecer na área é extremamente perigoso”, escreveu o coronel do Exército Avichay Adraee.

O alerta acontece um dia após o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu compartilhar o plano militar para a Cidade de Gaza. Segundo ele, o objetivo é derrubar ao menos 50 infraestruturas utilizadas pelo Hamas, o que seria “apenas uma introdução à manobra terrestre” no município. "Vocês foram avisados: saiam agora", frisou o prêmio aos civis.

O plano para invadir a Cidade de Gaza, lar de ao menos 1 milhão de palestinos, foi anunciado por Israel ainda em agosto. Os militares alegam que o município é a sede do Hamas na Faixa de Gaza e que abriga uma extensa rede de túneis, utilizados pelo grupo como rota de fuga, estoque de armas e, em alguns casos, cativeiro de reféns.

A nova ofensiva foi fortemente condenada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que afirmou que a ação resultará no massacre de civis, em novos deslocamentos forçados e na destruição de infraestrutura essenciais, como hospitais. A entidade ainda criticou a orientação do exército sobre a zona em Al Mawasi, uma vez que o local continua sendo alvo de bombardeios e não tem acesso a serviços básicos, como água.

Nesta semana, o governo israelense afirmou que suspenderia a ofensiva na Cidade de Gaza caso o Hamas concordasse com um novo acordo de cessar-fogo. O texto, enviado pelos Estados Unidos, inclui novos princípios estipulados por Israel, como a libertação imediata de todos os reféns em até 48h.

Em comunicado, o grupo palestino expressou “prontidão para sentar-se à mesa de negociações” e discutir os termos israelenses. A ação, no entanto, seria feita apenas em troca de garantias palestinas, como o compromisso de Israel para encerrar o conflito, incluindo a retirada completa das tropas de Gaza, e a formação de um comitê palestino independente para administrar a região.


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