Investigações de crimes estão quase paradas em Petrolina, afirma Sinpol

Mais de 1 mil inquéritos estão parados em todas as delegacias da cidade.Em Petrolina já foram registrados mais de 80 homicídios.

Policiais foram para o Centro de Petrolina (Foto: Amanda Franco/ G1)Policiais foram para o Centro de Petrolina (Foto: Amanda Franco/ G1)













Os policiais civis de Petrolina, no Sertão pernambucano, reuniram-se na manhã desta quarta-feira (26) na Avenida Guararapes, na região Central da cidade, para denunciar à população a atual situação de trabalho da categoria. O sindicato destacou que as investigações dos crimes como os homicídios, que na cidade já ultrapassaram os 80 somente este ano, estão praticamente paradas.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Rafael Cavalcanti, mais de 1 mil inquéritos estão estagnados em todas as delegacias da cidade. O representante da categoria explica que isso é devido ao déficit de investigadores e delegados.
Policiais Civis fizeram panfletagem em Petrolina (Foto: Amanda Franco/ G1)Policiais Civis fizeram panfletagem em Petrolina
(Foto: Amanda Franco/ G1)
“Os policiais civis, inclusive os delegados, entregaram o Programa de Jornada Extra de Segurança (PJES), que é voluntária e não é paga com o valor de hora extra. Os plantões baseavam-se no voluntarismo destes policiais e a gente disse que não vai vender a hora de folga pelo valor que não é devido. Então tiraram os policiais de suas delegacias para cobrir os plantões e as investigações estão paradas, porque não existe investigador nem delegado para poder continuar as investigações. Infelizmente não é culpa do policial”, explicou Rafael Cavalcanti.
Na regional da Polícia Civil, que compreende Petrolina, Afrânio e Dormentes, trabalham cerca de 130 policiais entre delegados, agentes, escrivães e auxiliares de legista. De acordo com o vice-presidente do Sinpol, é necessário pelo menos o dobro deste quantitativo para atender a demanda. “Temos hoje menos da metade do efetivo necessário na região para poder solucionar os crimes. O déficit é grande. O Governo de Pernambuco anunciou um concurso, mas com nomeação para o final de 2016 e com menos de 10% da necessidade que nós temos. A Civil trabalha com 40% do seu efetivo. Temos 4.900 funcionários em todo o estado. O concurso não supre nem 1 mil vagas”, disse.
O Sinpol reforçou ainda que em todo o estado o número de homicídios superou 2.400. “Temos que dizer à população que estes crimes não serão solucionados porque a gente não tem efetivo para elucidar os casos”, pontuou.
Os policiais civis já realizaram cinco paralisações somente em 2015. Entre as reivindicações estão aumento do efetivo, isonomia com a gratificação de risco de vida dos delegados, que é de 225%, revisão da inflação e do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), além da elevação dos peritos papiloscopistas ao quadro técnico de polícia. A próxima assembleia da categoria está agendada para o dia 2 de setembro. “A gente tá vendo que a categoria está cada vez mais indignada e se ela deliberar em assembleia pela greve, iremos para a greve”, reforçou Rafael Cavalcanti.
Em nota, a Secretaria de Defesa Social (SDS) explica que "as reivindicações salariais dos policiais civis não são possíveis de serem atendidas neste momento em que há impedimento legal pela Lei de Responsabilidade Fiscal. A nota afirma ainda que todos os esforços estão sendo envidados pela SDS para a realização dos devidos e naturais ajustes nas ações da Polícia Judiciária".
(fonte: Amanda Franco Do G1 Petrolina)

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