Mesmo após ordem para deixar a mesa, Glauber permaneceu no local e acabou retirado à força da cadeira da presidência pela polícia legislativa. O deputado Rogério Correia (PT-MG) divulgou um vídeo em que denuncia violência por parte da segurança legislativa:
“Cenas de violência explícita. O deputado Glauber com problemas de respiração… Ele está passando mal por causa da ação violenta determinada pelo presidente da Casa, conforme disseram os seguranças aqui. Suspenderam TV e rádio.”
No mesmo vídeo, Correia critica Hugo Motta e afirma que o presidente da Câmara deveria colocar seu próprio cargo em votação. "Pra gente colocar alguém que dirija os trabalhos aqui, mas dirija com democracia", declarou.
A ocupação ocorreu durante o Pequeno Expediente, fase inicial da sessão em que não há votação e os deputados fazem discursos de até cinco minutos. A sessão desta terça pode avançar para a análise do projeto que reduz as penas de Jair Bolsonaro (PL) e de outros condenados pela tentativa de golpe de 8 de janeiro.
Do alto da mesa diretora, Glauber desafiou o presidente da Câmara:
"A única coisa que eu quero saber é se o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, vai ter, para com a minha pessoa, o mesmo tipo de comportamento que teve com aqueles deputados de extrema direita que vieram e ocuparam esse espaço, em articulação com um deputado que está nos EUA para uma tentativa de golpe de Estado; ou se ele vai solicitar à Polícia Legislativa que me arranque desta cadeira e me tire do plenário."
Glauber Braga responde a um processo por quebra de decoro. Ele é acusado de empurrar e expulsar do Congresso o influenciador Gabriel Costenaro, ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), durante uma discussão em abril de 2024. O caso pode levar à cassação de seu mandato.
O que disse Hugo Motta
No início da noite, quase uma hora após a confusão na Câmara, o presidente Hugo Motta postou em suas redes sociais um comunicado sobre a ocupação da mesa diretora pelo deputado Glauber Braga. Ele afirmou que o deputado do PSOL desrespeitou "a própria Câmara dos Deputados e o Poder Legislativo" ao tentar impedir o andamento dos trabalhos.
"O extremismo não tem lado porque, para o extremista, só existe um lado: o dele", afirmou Motta. "Temos que proteger a democracia do grito, do gesto autoritário, da intimidação travestida de ato político", escreveu.



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