Petrolina indignada


Já não se fazem mais aniversários como antigamente. Petrolina completa hoje 120 anos e ganha de presente um desfile à noite. E só.
Uma data fechada como esses 120 anos merecia ao menos respeito. E respeito é tudo que a cidade parece não ter.
Petrolina sempre aniversariou com comemorações à altura de sua pujança e de sua gente. Festas na rua, gratuitas, atrações nacionais, grande obras entregues. Uma semana, um mês de programação com vários eventos, inaugurações, acontecimentos, alegria e um sem fim de compromissos que deixavam sem fôlego quem desejasse acompanhar. Nem os prefeitos participavam de tudo, pois era humanamente impossível participar de tudo.
Petrolina hoje, nesse 21 de setembro exatamente, é um espectro de si mesma: Suja, mal cuidada, triste, vazia e ressentida da força que um dia teve, do papel de protagonista acostumada a ter.
Parece que seus governantes se esqueceram que essa data chegaria e não prepararam qualquer festa para o aniversariante. Me sinto uma criança cujos pais esqueceram a data do aniversário e não vão cantar nem parabéns. Sequer.
Ou a cidade perdeu o fôlego ou o pessoal da prefeitura não tem estatura para ocupar os cargos de comando. Fico com a segunda opção.
Me recuso a aceitar que minha cidade seja tratada como aquele jogador cansado, que agora só jogue com o nome. A cidade tem vitalidade, força e envergadura para liderar o jogo, jogar bonito, mas a diretoria do time parece não ter a dimensão da equipe e o técnico parece não saber mexer nas peças para que busquemos o gol.
Chegamos a esse 21 de setembro sem planejamento, sem programação e sem alento. Talvez, no aniversário do ano que vem, ano eleitoral, tenhamos direito a uma comemoração digna e com a grandiosidade que a cidade mereça. O que vimos hoje é apenas ação peculiar dos que só pensam em si ou no bem estar pessoal. Com Petrolina, vontade zero, compromisso zero.
Hoje é comemorar sozinho ou com os amigos. Erguer um brinde a uma cidade que é mãe até dos que não entendem sua dimensão e suas glórias, mas vivem de explorar a boa fé das pessoas que acreditam que os bem intencionados ainda estão por nossas ruas. Vigilantes.

Postar um comentário

0 Comentários