70 dias de abandono do Conselho Tutelar de Belém do São Francisco - PE



Essa é quantidade de dias que o órgão defensor e fiscalizador das políticas públicas voltadas para esse público, da cidade de Belém do São Francisco - PE, se encontra literalmente abandonado por falta de condições de trabalho. Multifuncional, telefone e veículo, são os principais itens para que um Conselheiro Tutelar possa exercer com afinco as suas funções, podendo inclusive executá-las ou fazer executar. Mas, como executar alguma coisa, se nem mesmo existe um veículo para se dirigir ao órgão requisitado? O certo mesmo, é que a série de abandonos provados pela Prefeitura Municipal, está causando revolta e indignação a algumas famílias que procuram os serviços.

Na noite de 08.10, uma adolescente de 13 anos, vítima de bullying no ambiente escolar, entrou no transporte normalmente, dando mostras de que seria mais um dia de aula e de retorno para o convívio dos familiares. Por volta do meio dia, o motorista sentiu que faltava uma das estudantes, o que teria feito esperar um pouco mais, se tornando a espera em vão.

Já chegava perto da meia noite quando a genitora da jovem resolveu procurar o Conselheiro Tutelar Charles Sá, que a orientou a se dirigir até a Delegacia de Polícia Civil a fim de processá-lo por negativa de atendimento, explicando que não tinha como fazer absolutamente nada em face do abandono do órgão e de própria cidade, que é tomada de lixo e com funcionalidade precária dos serviços de assistência a juventude. A genitora entendeu a situação e sozinha foi procurar madrugada adentro sua filha, indo dormir por volta das 05:00. Ao chegar o dia, o Conselheiro Tutelar descobriu o paradeiro da adolescente, tendo aplicado algumas medidas protetivas que acabaram ocasionando efeito desejado, retornando ela, para sua residência.

O mais estranho em tudo isso, que que a adolescente é negligenciada desde o ano de 2013, quando passou por violência sexual e psicológica, sendo recebida pelo Conselho Tutelar, que além de registar boletim de ocorrência policial, lhe encaminhou para atendimento psico social no CREAS. Como não foram tomadas medidas adequadas pelos que fazem o SGD - Sistema de Garantias de Direitos, a situação foi piorando, motivo que o fez o Conselheiro, requisitar do CREAS, em data de 14.08.15, o atendimento proposto, sendo o mesmo negado mais uma vez, o que ensejou representação criminal contra o órgão, no Ministério Público do Estado de Pernambuco. Nesses dias, com certeza haverá atendimento. Enquanto isso, o maior patrimônio que uma País pode ter (crianças e adolescentes), estão relegados a própria sorte. Acorda Belém.(Informações do Conselheiro Tutelar Charles Sá)

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