No Vale do São Francisco, três crianças se inspiram nas mamães e papais.
Filhos demonstram desde pequenos partilhar dos mesmos gostos dos pais.
Mãe e filha curtem moda e se vestem igual (Foto: Vanessa Patriota/ Arquivo pessoal)
Quase todas as pessoas, principalmente na infância, já tiveram heróis. E por ser super fãs desses personagens, querem ser semelhantes a eles, ter a mesma capa de invisibilidade, adotar o penteado e possuir os mesmos poderes. Na vida real, os primeiros ídolos de cada criança surgem em casa, são os próprios pais. No Vale do São Francisco, três crianças se inspiram diariamente nas mamães e papais, tendo uma semelhante habilidade no esporte e na música e até a mesma atitude no modo de vestir.
Marinna Letícia é filha do sushi man Vinícius Tetsuo e da advogada Vanessa Patriota. Ela tem cinco anos e segundo a mãe, já nasceu com uma personalidade forte. Desde cedo, a menina começou a expressar o interesse em roupas e as duas notavam que tinham gostos parecidos em relação à moda. “Como percebia que minha filha curtia minhas roupas diferentes, com caveiras, os lenços e turbantes. Eu passei a investir usando coisas parecidas nela”, conta Patriota.
Sobre os turbantes, tudo começou quando Venassa ainda usava os cabelos lisos, com o uso de química. Mas, pela filhota, assumiu os cachos. “Ela reclamava que alguns colegas falavam que o cabelo dela era feio. Ela se perguntava porque o pai e a mãe tinham cabelos lisos e ela daquele jeito. Foi quando eu cansada de viver na rotina de salão escovando os cabelos. Aproveitei a deixa e raspei meu cabelo pra ela ver que meu cabelo também era cacheado e que ela tinha que amar como o cabelo dela era também. Depois disso, ela parou de chorar por cabelos lisos. E passamos juntas a enfeitar nossas madeixas com lenços e turbantes”, revela.
Além de ser bem ligada nas tendências da moda como a mãe, Marinna herda do pai um bom gosto musical, ama Elvis Presley, Beatles e blues. Mas, tem outra coisa que ela super curte do casal, as tatoos e o gosto por tênis. “Buscamos dar bons exemplos de índole e bom caráter. Ensinamos para ela que isso independe do modo como somos e nos vestimos. Uma vez, um amiguinho da escola nos viu e como somos tatuados disse para ela que tatuagem é coisa de bandido. Ela respondeu ao garoto que nós não éramos bandidos e chamou o menino de preconceituoso”, lembra. Sobre os sonhos, apesar de tê-los como principal inspiação, a pequena diverge um pouco dos pais e relela: 'Quero viajar pra Paris e ser médica e cantora”, fala em tom tímido e decidida.
Outro pequeno que tem como inspiração o pai é o Ravi Andrade Alves Mendes, de três anos. Sertanejo nato, o garotinho já nasceu ao som dos acordes da sanfona do pai, o músico e sanfoneiro, Rennan Mendes. Antes mesmo de nascer, Ravi já era estimulado na barriga da mãe a gostar de música, pois o pai sempre estava tocando para ele e cantanto grandes clássicos do 'Rei do Baião', Luiz Gonzaga.
Antes mesmo de balbuciar as primeiras palavras, Ravi já ganhava vários presentes ligados à música, grande paixão do pai. “Quando nasceu, os amigos davam violão, teclado, caixinha de música, praticamente tudo era musical. Ainda sem saber falar nada, bastava ele encontrar qualquer coisa pelo chão que começava a bater ou se entregasse duas baquetas ou pauzinhos quaisquer, que virava festa. Até meu pai construir uma bateria para ele, aí era sentar, tocar e cantar”, conta Mendes.
Mas a aptidão musical foi confirmada quando Ravi trocou as primeiras palavras com o papai, mamãe e titia por um trecho de uma canção de forró. “Ele aprendeu e adorava, de tanto eu cantar, dois refrões de dois clássicos do forró: "Auê, auê, auêauêauê... Minha vida é andar por esse país, pra ver se um dia descanso feliz... da canção 'A Vida do Viajante' de Luiz Gonzaga”, relembra.
Com o passar dos anos, cada vez mais Ravi tende a curtir a música e seguir os passos do pai. “Partiu dele a vontade ter uma sanfoninha igual a do papai. Assim fiz. Perecebo nele um gosto muito bom pela música. É notável a forma como aprende as músicas da escolinha, as que ouve na TV, nos desenhos ou programas infantis, e, claro, as que me ouve tocar. Mas se ele vai querer seguir a carreira do pai, assim como eu fiz, vai depender dele. O que ele escolher, vai ser digno como qualquer área que se ame fazer e terá todo meu apoio”, garante Mendes.
Com apenas nove anos, José Davi Santana Ribeiro já mostra que tem muito do pai, o Joselito Ribeiro Barbosa. Os dois curtem motocross e hoje o garoto já participa de competições pelo Nordeste. A relação com o esporte radical começou quando Joselito levava o pequeno para as trilhas de motocross e percebeu o interesse do filho mais novo pela velocidade. “Isso foi no início do ano quando ele estava com oito anos. Eu vi o interesse dele e um dia eu perguntei se ele teria coragem de subir na moto e ele topou”, conta.
Após o convite do pai, José Davi não quis mais deixar as motos. “Comprei uma motinha para ele de pouca potência para o início, deu tudo certo. Mas ficou pequena para ele usar em competições, por isso depois tive que comprar uma mehor. Até que comprei essa agora em São Paulo que é importada”, destaca o pai. O pequeno motoqueiro já foi para comeptições em cidades próximas como Trindade-PE, Sobradinho e Capim Grosso, na Bahia.
O filho tem a mesma admiração que o pai pelo esporte. “Eu competi algumas vezes. Minha tia me alertava para eu me preservar, porque é arriscado. Em uma competição, o Davi caiu e chorou muito. Então, eu perguntei para ele se queria desistir e ele levantou logo e preferiu continuar na prova. Eu desisti por causa da idade. Eu ainda faço algumas trilhas com ele, cada um na sua moto. Mas, ele é único entre os dois irmãos que teve gosto pelo esporte”, explica o pai.
Tanta afinidade gera ciúmes dentro de casa.“Eu tenho o Bruno de 13 anos, que não gostou de motos e Beatriz, de 10 anos, um domingo sim e outro não, eu revezo entre as corridas com o Ravi e um momento com os irmãos, porque senão o Ravi sempre está comigo, para todos os lugares que eu vou e os irmão ficam com ciúmes”, diz. A mãe Uyramaia Santa Ribeiro até fica preocupada, acompanha a dupla dos rapazes da sua vida de vez em quando, mas fica sossegada, pois sabe que o filho está no caminho, no caminho do grande heroí dele, o papai Leonildo.
(fonte: Juliane Peixinho Do G1 Petrolina)
0 Comentários
Os comentários não representam a opinião deste site; a responsabilidade é do autor da mensagem.