Com cruzes fincadas ao lado da catedral, PC protesta em Petrolina, PE

Protesto aconteceu na Praça Dom Malan em Petrolina.
Sindicato denuncia atual situação das delegacias.



Cruzes foram fincadas em Petrolina (Foto: Amanda Franco/G1)

3.500 cruzes foram fincadas nesta terça-feira (1º) ao lado da Igreja Catedral, na Praça Dom Malan em Petrolina, no Sertão pernambucano. Elas representam o número de homicídios em todo o estado de Pernambuco. Deste quantitativo, 120 são destinadas apenas para Petrolina, a segunda cidade do interior do estado mais violenta, segundo o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol).
De acordo com o presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, este é o terceiro protesto com a utilização das cruzes e que destacam o índice elevado nos homicídios. Os protestos, que aconteciam desde março deste ano, tinham sido suspensos em outubro quando o governo chamou a categoria para uma negociação. Porém, segundo Cisneiros, não houve avanços.
Cruzes representam o número de mortes em Pernambuco (Foto: Amanda Franco/G1)Cruzes representam o número de mortes em Pernambuco (Foto: Amanda Franco/G1)
“Decidimos retomar os movimentos de rua em Petrolina. Na última sexta-feira (27) entramos em estado de greve visitando as delegacias”, explicou o presidente do Sinpol. Cisneiros ressaltou ainda que a Polícia Civil trabalha atualmente com 40% do efetivo e isso faz com que muitas delegacias tenham que ser fechadas e as investigações não podem ser concluídas.
“Isso resulta no aumento da violência. Os criminosos não estão sendo investigados, não por conta nossa, mas porque não temos as mínimas condições de trabalho, por exemplo, falta efetivo nas delegacias e equipamentos básicos de trabalho como coletes. Foram recolhidas mais de 20 viaturas e faltam até combustíveis. A Delegacia do Ouro Preto está em condições de sucateamento e colapso. A segurança pública tem que ser tratada com prioridade”, disse Cisneiros.
Maria Isabel de Souza parou e ficou olhando (Foto: Amanda Franco/G1)Maria Isabel de Souza parou e ficou olhando
(Foto: Amanda Franco/G1)
Muitos petrolinenses assustavam-se ao passar próximo ao movimento. Alguns sabiam que ali fazia parte do protesto da Polícia Civil, outros apenas faziam referência ao elevado número de mortes. Maria Isabel de Souza ficou por alguns minutos olhando a movimentação. Para ela, a sensação é de injustiça. “Ninguém aguenta mais esta violência e as pessoas não fazem nada. Os policiais estão lutando por uma causa justa. A sensação ao ver as cruzes é de injustiça”, disse.
Tereza Cristina Costa Guimarães aproximou-se da praça e fez registros pelo celular. Ela queria mostrar para os colegas e disse o que entendia do movimento. “Pela imagem é um protesto contra a violência, pelos crimes que têm acontecido com frequência e a insegurança que fica na cidade. Estou registrando para mostrar para algumas pessoas sobre os protestos que estão acontecendo na cidade”, comentou.
Tereza Cristina Costa Guimarães aproximou-se da praça e fez registros pelo celular (Foto: Amanda Franco/G1)Tereza Cristina Costa Guimarães aproximou-se da praça e fez registros pelo celular (Foto: Amanda Franco/G1)
Nos protestos realizados pela Polícia Civil durante este ano, eles reivindicam, além do aumento do efetivo, reajuste do salário e equiparação do risco de vida de 125% para 225%.
IML de Petrolina
Além de percorrer as delegacias, a equipe do sindicato também esteve no Instituto de Medicina Legal (IML) de Petrolina. Segundo Áureo Cisneiros, a reforma está sendo feita de forma improvisada. “Vai continuar penalizando os servidores que trabalham no IML. Levantaram duas paredes de alvenaria, mas continua o improviso. As instalações estão com defeito e os corpos estão com uma fedentina. No ambiente de necrópsia, o mata-mosca está com problema", disse.
Cisneiros volta a denunciar a situação do sistema de esgotamento do IML. Segundo ele, o esgoto do IML continua caindo na rede comum. “A gente ficou decepcionado porque prometeram que iriam ajeitar. A justiça deu prazo de 90 dias após uma representação que fizemos e o prazo já expirou há mais de 30 dias. Além de causar riscos para os servidores que trabalham lá, também causa risco de contaminação aos vizinhos do IML”, denuncia.
(Amanda Franco Do G1 Petrolina)


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