Manifestantes levaram faixas, cartazes e apitos (Foto: Yuri Matos/G1)
A manhã desta quarta-feira (20) em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, foi marcada por protestos no Centro da cidade. Diversos grupos se reuniram para reivindicar contra o fechamento do Matadouro Público de Petrolina, o aumento no preço das passagens de ônibus, o despejo de moradores do bairro Vila Chocolate, o fechamento do Centro de Abastecimento de Petrolina (Ceape), entre outras pautas. A concentração foi no Centro de Convenções Senador Nilo Coelho, por volta das 8h.
Os manifestantes levaram cartazes, faixas, apitos, fogos de artifício e carros de som. Os trabalhadores saíram em caminhada pelas ruas do Centro, passando em frente ao Fórum Dr. Manoel Francisco de Souza Filho e finalizaram o trajeto na Prefeitura de Petrolina.
O impasse no abatedouro acontece desde 2014. O Ministério Público, a Vigilância Sanitária e a Prefeitura consideram a estrutura do local inadequada para o abate de bovinos, ovinos, caprinos e suínos. A alternativa proposta aos marchantes foi a de eles levarem os animais para serem abatidos em um matadouro privado na cidade vizinha, Juazeiro-BA. Pedro Gomes é funcionário do Matadouro Público de Petrolina há 28 anos e esteve presente no protesto com os familiares. O marchante teme que ele e os colegas percam o emprego com o fechamento do espaço. “Nós estamos aqui hoje contra o fechamento do Matadouro. 150 pessoas podem ficar sem trabalho. Tem gente que está lá há mais de 30 anos. Também somos contra o aumento da passagem, porque prejudica todo mundo e isso é um absurdo. Tudo aumenta, menos o salário da gente”, declarou.
O presidente da Associação dos Feirantes do bairro Areia Branca, Eliezer Lopes de Barros, também foi ao movimento e afirmou que o fechamento do abatedouro prejudica também os feirantes. “Estão querendo mudar o local para Juazeiro, na Bahia, que é outra cidade, outro estado. A carne precisaria ser transportada refrigerada e depois colocada em balcões com refrigeração nas feiras. Só que as feiras livres de Petrolina não estão preparadas para isso. Não têm a estrutura necessária. Corre o risco da carne estragar. É muito melhor com o Matadouro onde está”, afirmou.
Outro manifestante que fez o trajeto é o representante dos moradores do bairro Vila Chocolate, Fábio Lourenço, que foi com os familiares pedir que a ordem de despejo fosse reavaliada. Mais de 200 famílias construíram residências em um terreno que pertence à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que estava em desuso. Segundo a decisão judicial, os moradores devem sair até o dia 12 de fevereiro. “O que está acontecendo no bairro é um absurdo. Uma decisão judicial que determinou a nossa saída. A gente pede que revejam essa decisão. Ali vivem famílias há vários anos. Eu e minha família chegamos no bairro há mais de 10 anos e já havia pessoas vivendo no local, crianças, idosos e trabalhadores. O povo está sofrendo muito com essa injustiça”, disse Fábio.
Outra pauta em discussão no protesto foi o aumento na tarifa de ônibus. Desde 1º de janeiro, as passagens passaram de R$ 2,80 para R$ 3,20, um acréscimo de mais de 14%. Segundo o presidente da Central Única dos Bairros de Petrolina (Cubape), Pedro Caldas, um dos objetivos do protesto é sensibilizar o Ministério Público para que este entre com uma ação contra o aumento nas tarifas do transporte público. “Nós não temos ônibus que atendam bem a população de Petrolina. Os veículos não são climatizados, não temos pontos de ônibus apropriados, não há pontualidade, os idosos e as pessoas com deficiência não são bem atendidos. Por isso somos contra esse aumento”, contou Caldas. (Do G1 Petrolina)
0 Comentários
Os comentários não representam a opinião deste site; a responsabilidade é do autor da mensagem.