Sem acordo, peritos do INSS retomam atendimentos em Petrolina



Com o fim da greve dos médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), as perícias voltaram a ser realizadas normalmente na unidade de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, nesta segunda-feira (25). Os profissionais estavam com as atividades paralisadas desde 4 de setembro de 2015 e encerraram a greve, apesar de não conseguirem um acordo com o governo federal. Os peritos reivindicam, principalmente, o reajuste salarial acima da inflação e a redução da carga horária de trabalho de 40 para 30 horas semanais sem redução no pagamento.
O retorno às atividades é a oportunidade para pessoas como o agricultor Josenilton Conceição conseguirem uma vaga. Ele mora em Lagoa Grande, também no Sertão do estado, e teve o braço ferido durante uma tentativa de assalto no estado da Bahia há oito meses. “Eu já tentei marcar a perícia duas vezes e estou torcendo para conseguir hoje. Com o braço desse jeito não estou podendo trabalhar e preciso sustentar meus três filhos”, contou.
Agência do INSS em Petrolina (Foto: Yuri Matos/G1)Agência do INSS em Petrolina (Foto: Yuri Matos/G1)
Segundo o gerente executivo da regional Petrolina do INSS, Thalys Eliel Amaral Gomes, na agência de Petrolina há 12 médicos peritos, desses, alguns trabalham nos setores de reabilitação, análise de processos e a maior parte, de oito a dez profissionais, atuam no atendimento ao público. “Inicialmente oito médicos paralisaram as atividades, depois quatro retornaram e no último período da greve dois vinham em meio período. Nesta segunda todos trabalham normalmente”, disse.
Ainda de acordo com o gerente executivo, o governo federal propôs um aumento salarial de cerca de 21,5%, mesmo reajuste sugerido a outros setores do governo, mas os médicos não aceitaram. “Diante da falta de acordo, tanto a remuneração quanto a jornada de trabalho permanecem a mesma. Além disso, o Poder Judiciário decidiu que a associação dos peritos não representava a categoria, que ela não era um sindicato. Então a partir de 25 de novembro o INSS passou a não considerar como greve e, sim, uma paralisação, por isso os médicos receberam faltas e descontos no salário de acordo com os dias que faltaram. Até o momento não há acordo para reposição desses dias parados”, relatou.
Com a paralisação dos profissionais, na regional do Sertão pernambucano, que abrange 18 municípios, mais de 1.600 perícias estão agendadas. “Com o retorno dos médicos, as escalas estão sendo abertas e estão surgindo novas vagas. Por isso, quem tem perícia agendada para abril ou maio, por exemplo, pode reagendar para as próximas semanas. O agendamento pode ser feito na agência de Petrolina, pelo telefone 135 ou pelo site do Instituto”, contou Thalys. (Do G1 Petrolina)

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