Joulson, Graciele e Ydney são procurados por fazer parte da quadrilha de Nicão (Foto: SSP-BA / Divulgação)
Cinco pessoas suspeitas de fazer parte da quadrilha do traficante Claudomiro Santos Rocha Filho, mais conhecido como 'Nicão', em Camaçari, são procuradas pela Polícia Civil da Bahia em uma operação feita pelos departamentos de Combate ao Crime Organizado (Draco), de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e de Polícia Metropolitana (Depom).
Durante a ação da polícia, iniciada na terça-feira (30), a advogada e companheira de "Nicão", Rebeca Cristine Gonçalves, e um ex-servidor da antiga Secretaria Estadual de Justiça Cidadania Direitos Humanos da Bahia, Jusivel Viana Marques, foram presos. Ele é apontado pela polícia como líder da organização criminosa ao lado de Nicão. Os dois foram encaminhados para o Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador.
Conforme a polícia, as pessoas procuradas são duas mulheres e três homens têm participação direta na venda de drogas da quadrilha e estão com mandado de prisão em aberto. Os foragidos são: Rafael Xavier de Jesus, Lorena Alves Pereira de Oliveira, Gleiciele Santos Pereira, Jouílson Ventura dos Santos, o 'Jão', e Ydnei Carlos dos Santos de Jesus, o 'Café'. Esse último, além de ter ligações com o tráfico de drogas, é procurado também pr homicídios na região.
Ex-servidor beneficiava detentos
O ex-funcionário da antiga Secretaria Estadual de Justiça Cidadania e Direitos Humanos da Bahia foi preso na terça-feira (30), na operação que desarticulou parte de um esquema que retardava audiências e beneficiava traficantes e homicidas na escolha de celas no sistema prisional do estado.
O ex-funcionário da antiga Secretaria Estadual de Justiça Cidadania e Direitos Humanos da Bahia foi preso na terça-feira (30), na operação que desarticulou parte de um esquema que retardava audiências e beneficiava traficantes e homicidas na escolha de celas no sistema prisional do estado.
Na mesma ação policial, foi presa a advogada Rebeca Cristine Gonçalves dos Santos, apontada como líder do esquema. As informações são da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA).
De acordo com a SSP, o ex-servidor Jusivel Viana Marques, enquanto esteve na Secretaria de Justiça, atuava na Superintendência de Administração Prisional (SAP), que em 2011 virou Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap).
De acordo com informações da gestão estadual, ele atuava sob o Regime Especial de Direito Administrativo - REDA para exercer as atividades de agente penitenciário, entre 1º de junho de 2005 e 31 de maio de 2009.
Ainda de acordo com o governo, como ele foi admitido pelo REDA, o motivo do desligamento foi o fim do contrato, uma vez que o REDA é uma contratação temporária de dois anos, podendo ser renovado por mais dois, contabilizando o período de 4 anos em que ele ficou na SJCDH.
Esquema
Conforme dados divulgados pela SSP-BA, equipes dos departamentos de Combate ao Crime Organizado (Draco) e de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) desvendaram o esquema, que consistia em adiar as audiências de "Nicão", e garantir que os prazos estabelecidos por lei fossem excedidos, resultando na sua soltura dele, além da comercialização de celas.
Conforme dados divulgados pela SSP-BA, equipes dos departamentos de Combate ao Crime Organizado (Draco) e de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) desvendaram o esquema, que consistia em adiar as audiências de "Nicão", e garantir que os prazos estabelecidos por lei fossem excedidos, resultando na sua soltura dele, além da comercialização de celas.
A secretaria aponta que o ex-servidor recebia dinheiro para viabilizar os atrasos e promover a mudança de custodiados nos presídios.
Investigações indicaram que em uma das transações, em 2014, ele chegou a ganhar R$ 10 mil para impedir a condução de “Nicão” para uma audiência. A SSP detalha que Jusivel continuava controlando o esquema, mesmo depois do desligamento da Secretaria de Justiça.
“Rebeca oferecia propina para funcionários retardarem todo o processo de audiências. Com esses adiamentos, ela entrava com pedidos para relaxamento de prisão do companheiro criminoso alegando excesso prazal”, disse o diretor do Draco, Jorge Figueiredo por meio de comunicado oficial divulgado pela Secretaria de Segurança Pública.
Ainda conforme o delegado, não há indícios que apontem para a participação de magistrados no esquema. Figueiredo detalha que áudios mostram conversas entre Rebeca e Jusivel com ela determinando a colocação de determinados presos em pavilhões e celas no sistema prisional.
Preso em casa, no bairro da Boca do Rio, uma das localidades de atuação do traficante “Nicão”, Jusivel responderá por corrupção passiva. Já Rebeca, segundo a SSP, será indiciada por tráfico de drogas, associação ao tráfico e lavagem de dinheiro. informações do G1 BA.
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