Chuva no Sertão de Pernambuco prejudica produção de uva em Petrolina

Uvas apodreceram antes da colheita. — Foto: Reprodução/TV Grande Rio


As chuvas dos últimos dias no Sertão de Pernambuco trouxe prejuízos para os produtores de uva em Petrolina. De acordo com o Sindicato dos Produtores Rurais do município, estima-se uma perda de R$ 7 milhões na entressafra entre os meses de setembro e novembro, que é quando há maior concentração para abastecer principalmente o mercado interno.

O gerente administrativo de uma fazenda em Petrolina contabilizou uma perda de 40% na produção de uva. Grande parte das frutas apodreceu no pé. A área, de 175 hectares, estava com a safra pronta para a colheita, quando veio a água. Choveu 90 milímetros em cinco dias. A média do mês é de 60 milímetros. “Por se tratar de uma variedade que ainda é remanescente aqui na nossa fazenda, a Crimson, ela não resiste muito à chuva e, consequentemente, apodrece. Essa fruta que a gente ainda pretende colher, vamos ter que gastar com mão de obra para fazer limpeza”, disse Manoel Idevaldo.

Em outro parreiral também na cidade, choveu 150 milímetros. Do espaço de 46 hectares, oito foram prejudicados pela chuva. Para a Arra 15, uma variedade de uva sem sementes, considerada bem resistente, a perda foi de 40 %, devido à ausência de mão-de-obra, causada pelas chuvas. Agora, os trabalhadores estão fazendo a limpeza das áreas de cultivo. "Nos últimos dias, eu acredito que a gente conseguiu trabalhar metade do tempo. Porque se está chovendo, a gente não pode trabalhar. E existe um aumento da demanda da mão de obra, tanto da parte de limpeza, como na parte de fitossanidade [ proteção das plantas]", relatou o produtor Arthur Grimaldi.

O Vale do São Francisco é responsável por 98% da uva exportada pelo Brasil. A região produz cerca de 250 mil toneladas da fruta por ano. Segundo Flávio Diniz, gerente executivo do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina, o prejuízo dessa entressafra foi o maior já vivido pelos produtores de uva da região, nos últimos anos. "Nós estimamos em torno de 550 a 600 toneladas de uvas que deveriam ser colhidas e foram prejudicadas. É um total que se estima de perda, porque tem fazenda que só vai colher essa uva depois que a chuva der uma trégua, para fazer um proceso de limepeza e saber o que vai poder ser reaproveitado", explicou

Apac

De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), até o momento, Petrolina é o município do Sertão de Pernambuco que mais choveu. São 51,3 milímetros, em comparação com apenas 14 milímetros em dezembro do ano passado. Ainda segundo a Apac, as chuvas se concentram mais na zona rural da cidade. A previsão é de mais chuvas até o fim da semana. As informações são do G1 Petrolina.

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