Do G1 Petrolina
A Polícia Federal (PF) realizou na manhã desta terça-feira (13) uma operação com o objetivo de investigar possível prática dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, fraude em licitação, falsidade ideológica e organização criminosa através de contratações realizadas pela Secretaria de Educação da Prefeitura de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Cerca de 150 policiais federais e auditores da Controladoria Geral da União ( CGU) participam do cumprimento de 33 mandados de busca e apreensão autorizados pela Justiça Federal em Petrolina.Foto: Polícia Federal / Divulgação
As buscas estão sendo realizadas em sedes de órgãos da Prefeitura de Petrolina, bem como na região metropolitana do Recife e no Estado de Minas Gerais. De acordo com a PF, as investigações da Operação Contrassenso apontam irregularidades no fornecimento de kit escolar, entre o final do ano de 2015 até o ano de 2020, com emprego de recursos federais oriundos do FUNDEB, verba sob fiscalização da União. A investigação é uma decorrência da análise do material apreendido na denominada Operação Casa de Papel, deflagrada pela Polícia Federal no ano passado.
Segundo a PF, as investigações apontam pagamento de possível propina através de transferências bancárias em favor de terceiros, indicada por um dos servidores investigados, além de demonstrar um frequente contato entre os servidores públicos e os líderes do grupo econômico, principalmente em atos referentes ao pagamento da prefeitura às empresas do grupo.
A CGU realizou auditoria em parte das contratações, apontando evidências dos artifícios utilizados pelo grupo empresarial para burlar os processos licitatórios, em especial o uso de empresas de fachada criadas em nome de interpostas pessoas (laranjas).
Em nota, a prefeitura de Petrolina disse que "Firme em seu compromisso com a transparência, a Prefeitura de Petrolina (2017/2021) cumpre rigorosamente os ditames legais e tem feito todos os esforços necessários para contribuir com as investigações em curso, que se referem a fatos e contratos registrados desde 2015. Os documentos e materiais solicitados foram disponibilizados. A prefeitura mantém-se à disposição para prestar todos e quaisquer esclarecimentos adicionais".
Também por nota, a assessoria do ex-prefeito de Petrolina, Julio Lossio, disse que "não tem como se manifestar sobre fatos que desconhece. Ainda não tivemos acesso às informações sobre a operação e, pelo que sabemos, nenhum membro da gestão passada foi procurada ou foi alvo da operação. No entanto, com base nas informações já divulgadas, podemos afirmar que a gestão do Ex-prefeito nunca teve qualquer relação com o Grupo Figueiroa".
A nota prossegue afirmado que "Aliás, no ano de 2020, denunciamos a falsificação de um contrato, ainda no período da transição dos governos, envolvendo esse mesmo grupo. Encontramos documentos que comprovam que a assinatura de uma Ex-Secretaria de Educação do Município de Petrolina da nossa gestão foi falsificada com a finalidade de aderir a uma ata de registro de preços de uma licitação que aconteceu em Recife, no ano de 2015. Todo o contrato foi executado na atual gestão e não possui qualquer relação com a gestão anterior".
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