Prévia da inflação de maio fica em 0,44%, a maior para o mês desde 2016

Por Agência IBGE

Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação, teve alta de 0,44% em maio, abaixo da taxa de abril (0,60%), divulgou ontem (25) o IBGE. Esse é o maior resultado para um mês de maio desde 2016, quando o índice foi de 0,86%. No ano, o indicador acumula alta de 3,27% e, nos últimos 12 meses, variação de 7,27%, acima dos 6,17% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2020, a taxa foi de -0,59%.

O grupo saúde e cuidados pessoais (1,23%) acelerou na comparação com abril (0,44%), registrando o maior impacto (0,16 p.p) sobre o indicador de maio, muito por conta do reajuste de 10,08% nos medicamentos, no início do mês anterior. Houve aumentos nos remédios antialérgicos e broncodilatadores (5,16%), dermatológicos (4,63%), anti-infecciosos e antibióticos (4,43%) e hormonais (4,22%).

Mas foi a alta na energia elétrica (2,31%), no grupo habitação (0,79%), que contribuiu com o maior impacto individual no índice (0,10 p.p.). Em maio, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,169 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos, depois de quatro meses seguidos da bandeira amarela em vigor, cujo acréscimo é menor (R$ 1,343). Além disso, houve reajustes nas contas de luz de Fortaleza (8,27%), Salvador (5,83%) e Recife (5,40%).

Outro destaque no grupo habitação foi o gás de botijão (1,45%), que subiu pelo 12º mês consecutivo, embora menor que no mês de abril (2,49%).

Alimentação e bebidas (0,48%) acelerou com a alta na alimentação no domicílio, que passou de 0,19% em abril para 0,50% em maio. Entre os destaques, as carnes (1,77%) - que acumulam aumento de 35,68% nos últimos 12 meses - e o tomate (7,24%), que havia caído 3,48% em abril. No lado das quedas, o maior impacto negativo (-0,06 p.p.) veio das frutas, cujos preços recuaram 6,45%.

Único grupo com deflação em maio, transportes (-0,23%) foi influenciado pela queda de 28,85% nos preços das passagens aéreas, em todas as áreas pesquisadas pelo IBGE, com variações que foram de -10,90% em Belém a -37,10% em Brasília. Além das passagens, houve recuos nos preços dos transportes por aplicativo (-9,11%) e do seguro voluntário de veículo (-3,18%).

Já o maior impacto positivo (0,03 p.p.) nos transportes veio dos automóveis novos (1,16%), seguidos do conserto de automóvel (1,05%) e da gasolina (0,29%), que acumula alta de 41,55% nos últimos 12 meses. Metrô (0,46%) e ônibus urbano (0,25%) também subiram em maio.

Ainda entre os grupos, a maior variação ficou com vestuário (1,42%), com alta em todos os itens pesquisados, principalmente, joias e bijuterias (2,35%) e roupas femininas (2,00%). Os demais grupos variaram entre o 0,03% de comunicação e o 0,89% dos artigos de residência.

Brasília é a única região com deflação em maio

A pesquisa mostra ainda que, entre as áreas pesquisadas, a única com variação negativa, em maio, foi a de Brasília (-0,18%), onde pesaram as quedas nos preços das passagens aéreas (-37,10%), da gasolina (-1,42%) e das frutas (-10,03%). Já o maior índice foi observado em Fortaleza (1,08%), por conta das altas da energia elétrica (8,27%) e dos produtos farmacêuticos (3,51%).

Os preços do IPCA-15 foram coletados entre 14 de abril e 13 de maio de 2021 e comparados com aqueles vigentes de 16 de março a 13 de abril de 2021 (base).

Mais sobre o IPCA-15

O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC) produz contínua e sistematicamente índices de preços ao consumidor. Com divulgação na internet iniciada em maio de 2000, o IPCA-15 difere do IPCA no período de coleta que, em geral, vai do dia 16 do mês anterior ao 15 do mês de referência, e na abrangência geográfica. No IPCA são 16 áreas, enquanto no IPCA-15 são apenas 11.

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