Bolsonaro se reuniu nesta terça pela manhã com ministros para discutir ações do governo, compromisso que não constava na agenda do presidente. Ao chegar ao seu gabinete, Mourão foi perguntado por jornalistas se havia sido chamado para o encontro.
“Não, não fui convidado”, respondeu o vice.
Indagado se sente falta de participar das reuniões, o que ocorria nos dois primeiros anos do governo, Mourão admitiu que sim, e alegou que fica sem saber o que acontece na administração de Bolsonaro.
“Sim, sinto falta. Sinto falta. A gente fica sem saber o que está acontecendo”, disse. “É importante que a gente saiba o que está acontecendo, né? Paciência, né? C'est la vie [é a vida], como dizem os franceses”, acrescentou.
Desde o início do ano Mourão tem sido excluído das reuniões de Bolsonaro com ministros. O presidente evita convocar reuniões do chamado conselho de governo, que inclui o vice, e realiza encontros com seu time ministerial, que não são incluídos na previsão de agenda divulgada pelo Palácio do Planalto.
Em fevereiro, Mourão comentou sua exclusão das reuniões e disse à época que não estava incomodado com a situação.
“Não fui convidado. Não fui chamado. Então, acredito que o presidente julgou que era desnecessária minha presença. Só isso”, disse o vice na oportunidade.
Bolsonaro e aliados criticam desde 2019 o hábito do vice de conceder entrevistas à imprensa. A relação presidente e vice piorou no início do ano, depois do vazamento de mensagens de um assessor de Mourão, que mencionava a possibilidade de o chefe assumir o governo.
Mourão tem repetido em entrevistas que, apesar de não ter discutido o assunto com Bolsonaro, sente que não será o candidato a vice-presidente na chapa de reeleição. Ele avalia concorrer ao Senado pelo Rio Grande do Sul.
Essas informações são de Guilherme Mazui, G1 — Brasília
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