Mulheres e jovens de Petrolina (PE) participarão das oficinas do ONU-Habitat sobre desenvolvimento urbano

Divulgação


João de Deus será o bairro onde a equipe do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) irá trabalhar noções de desenvolvimento urbano e participação popular com mulheres e jovens de Petrolina.

A oficina com mulheres, “Cidade Mulher”, será realizada no dia 19 de março na sede da organização comunitária Mãos Solidárias, um movimento comunitário de solidariedade entre trabalhadoras e trabalhadores da região, organizado e apoiado por igrejas e movimentos populares de Petrolina. “Cidade Mulher” é uma adaptação local da metodologia global do ONU-Habitat intitulada “Auditoria de Segurança das Mulheres”. Em um ambiente seguro, moradoras e frequentadoras das comunidades se juntam para refletir sobre como a violência afeta suas vidas e elaborar possíveis soluções para os principais problemas identificados.

A oficina com jovens, “Desenho de Espaços Públicos”, será realizada nos dias 22 e 23 de março na Escola de Referência em Ensino Médio Professora Maria Wilza Barros de Miranda, com estudantes de lá e com jovens que participam das atividades do Juventude Presente, programa da Secretaria de Políticas de Prevenção à Violência e às Drogas (SPVD-PE) Escola Jesuino Antonio Davila. Em comum, todos moram ou convivem na comunidade e poderão apresentar o território à equipe técnica do ONU-Habitat e projetar melhorias para um espaço público.

Política de Prevenção à Violência e às Drogas em Petrolina

Petrolina é a primeira e única cidade do sertão pernambucano que receberá as metodologias participativas do ONU-Habitat. A escolha do município foi feita com base nos territórios prioritários de atuação da Secretaria de Políticas de Prevenção à Violência e às Drogas (SPVD-PE), secretaria que coordena a “Cooperação Pernambuco: Prevenção, Cidadania e Segurança”, cooperação técnica firmada entre o ONU-Habitat, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e Instituto Igarapé, que busca fortalecer as políticas de prevenção social ao crime e à violência do Estado.

O bairro João de Deus é o terceiro maior bairro da cidade e, nos últimos anos, sociedade civil e autoridades locais têm se engajado muito no enfrentamento ao estigma da violência e criminalidade, historicamente vinculado ao território.

A construção e esforços de gestão e manutenção da Praça da Juventude, o investimento em escolas locais, como a Escola de Referência em Ensino Médio Professora Maria Wilza Barros de Miranda, que acaba de anunciar que inaugurará o ensino técnico em comércio exterior, fruticultura, enologia e viticultura, são indicadores que revelam forte comprometimento de toda a sociedade para melhorar as condições de vida das pessoas e do local.

Para o Secretário Cloves Benevides (SPVD-PE), prevenção à violência e fortalecimento da cidadania estão intimamente relacionados. Em suas palavras: “Quando falamos de políticas de prevenção, falamos antes de mais nada, de exercício de cidadania, capacidade crítica, possibilidade de escolha, exercer o direito de se posicionar. Nesse contexto, pensar territorialidade é pensar o lugar onde as pessoas de fato existem. Jovens e mulheres devem acessar plenamente todos os direitos nos seus espaços de vida, e tomar a frente no enfrentamento de todas as precariedades, de todos os vazios assistenciais, que são heranças do nosso modelo de desenvolvimento, que criminaliza a pobreza.”

O ONU-Habitat, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) especializada em todos os temas relacionados à vida nas cidades, dedicada à promoção do desenvolvimento urbano social, econômico e ambientalmente sustentável nas cidades e assentamentos humanos, corrobora com essa ideia.

Quando o ONU-Habitat chega em um território como João de Deus, atua com o intuito de potencializar processos, já em curso, de participação e engajamento de mulheres e jovens no desenvolvimento do território, facilitando que ideias e elaborações da população encontrem gestores públicos e autoridades locais.

ONU-Habitat na Cooperação Pernambuco

Na atual etapa da Cooperação Pernambuco, o ONU-Habitat focaliza sua atuação no tema dos espaços públicos, com enfoque na participação de mulheres e jovens, promovendo assim a compreensão de que as pessoas devem estar no centro das soluções para os problemas que elas enfrentam.

“Um diferencial do trabalho do ONU-Habitat em Pernambuco é poder ir ao território e captar em primeira mão os problemas, desafios, desejos e necessidades para esses locais por meio de metodologias participativas. Além disso, é importante que as pessoas vejam suas contribuições materializadas em documentos oficiais”, ressalta Daphne Besen, Coordenadora de Programas e da operação do ONU-Habitat em Pernambuco.

O resultado final do trabalho, mencionado por Daphne Besen, consistirá na elaboração de anteprojetos participativos de melhorias para os espaços públicos e comunitários, para que a vida pública seja mais segura para jovens e mulheres. As propostas se somarão ao conjunto de recomendações às autoridades locais sobre como as políticas de prevenção à violência devem se aproximar, cada vez mais, das noções de desenvolvimento urbano e humano e das considerações e elaborações dos sujeitos e sujeitas em situação de maior vulnerabilidade.

Assim que finalizados, os anteprojetos e as recomendações serão também entregues aos parceiros nos territórios e às pessoas que participaram do processo.

“A parceria com o ONU-Habitat, no âmbito da Cooperação Pernambuco, foi um divisor de águas. Para o Governo de Pernambuco, investir em metodologias que estivessem estruturadas, testadas, capazes de construir evidências a partir da prática, das vivências, e da participação social para construção coletiva, foi essencial. Isso tem nos oferecido direcionamento, melhorado a capacidade de decisão das políticas, nos deixa de legado um conjunto de possibilidades de implementação de novas práticas e uma equipe de campo mais qualificada. De fato, essa parceria possibilita ao estado de Pernambuco construir uma política de prevenção mensurável, com capacidade de avaliar impactos e transformações”, destaca Cloves Benevides.

As metodologias participativas do ONU-Habitat já foram implementadas em três territórios do Recife (Pina, Várzea e Ibura) e no Centro de Vitória de Santo Antão. Ao todo, participaram cerca de 80 jovens e 50 mulheres. Um resumo sobre experiências realizadas no Recife está disponível no Instagram do ONU-Habitat Brasil.

As próximas cidades a serem contempladas são Petrolina e Caruaru.

Essas informações são da Ascom / un.org

Postar um comentário

0 Comentários