"Estava com meu irmão ajudando meu pai a trabalhar, quando escutamos o primeiro bombardeio. O segundo aconteceu na nossa frente. A gente pediu para o nosso pai para fugir, ele só queria terminar de encher a água lá dentro para trabalhar. A gente enchendo, caiu tudo, não consegui mais respirar, tirei as pedras de mim e fui ver meu pai. Ele tava no chão, morto e meu irmão... não consegui encontrá-lo. Gritava o nome dele, e as pessoas do meu lado mortas, ninguém conseguia encontrá-lo", disse.
Mohamed é natural de Foz do Iguaçu, no Paraná. Sua irmã Yara Abdallah, que é natural do país do Oriente Médio, também chegou ao Brasil.
Conflito Israel x Hezbollah
O número de mortos em apenas dois dias no Líbano já chega a 558, incluindo 50 crianças. Com o foco agora no norte, o governo israelense faz o que muitos consideram uma aposta arriscada: uma tentativa de eliminar a possibilidade de resistência do Hezbollah, algo que não conseguiu fazer completamente nem com o Hamas, que tem uma capacidade militar muito menor.
A escalada de ataques de ambos os lados é um fato consumado, mas traz uma série de perguntas ainda sem resposta. O Irã, principal financiador do Hezbollah, vai intervir diretamente? Por que o grupo libanês ainda não usou a parte mais poderosa do seu arsenal, como mísseis balísticos? O quão desorganizado ficou o Hezbollah depois da explosão de pagers e walkie talkies que usavam pra se comunicar e com a eliminação que Israel anunciou de vários comandantes do grupo?
Brasileiros no Líbano
Os dados mais recentes do Itamaraty, de 2022, estimam que 21 mil brasileiros estão no Líbano. A orientação dada pelo Ministério das Relações Exteriores é de que brasileiros evitem o país e, se possível, retornem ao Brasil.
Uma consulta pública também foi iniciada para avaliar quantos brasileiros teriam interesse em deixar o Líbano em caso de uma possível ação coordenada pelo governo para repatriação. A ação ainda não está prevista. Os aeroportos daquele país seguem em funcionamento.
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