Presidiário tem envolvimento em comércio de cédulas manchadas (PE)

Cédulas pintadas foram apresentadas pela Polícia Civil (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)

A Polícia Civil de Pernambuco informou, na manhã desta sexta-feira (18), que um homem que está preso em uma unidade do sistema carcerário do estado tem envolvimento na venda de cédulas manchadas com tinta usada por dispositivos antifurto instalados em caixas eletrônicos. Dois homens foram presos em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata, quando tentavam colocar no mercado R$ 24,5 mil em notas inutilizadas.

De acordo com o delegado Paulo Berenguer, do Departamento de  Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), a polícia já identificou o presidiário, mas não vai divulgar o nome nem a unidade carcerária para não atrapalhar as investigações. O policial explicou que a comercialização de notas manchadas faz parte da estratégia de quadrilhas para alimentar as ações criminosas.

“Eles usam essas cédulas para comprar drogas, armas e praticar outras ações ilícitas.  Também colocam no comércio para tentar fomentar os crimes. Eles levam as notas sujas e tentam ficar com notas limpas”, afirmou o delegado.

Coletiva foi realizada no Depatri
(Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)

As informações foram repassadas durante entrevista coletiva na sede do Depatri. Berenguer revelou que os homens detidos em flagrante pretendiam vender as notas sujas, usando a seguinte proporção: para cada cédula de R$ manchada, receberiam uma de R$ 50 limpa. 

O delegado afirmou eu as pessoas devem ficar atentas ao manusear uma nota manchada. Quem tentar usar a cédula, com má-fé, será autuado por receptação. Isso pode representar uma pena de 3 até 8 anos de cadeia. A pessoa que receber uma nota dessas e não tiver o objetivo de obter vantagem pode trocar nos bancos.

Durante a coletiva desta sexta, o chefe da Polícia Civil, Antônio Barros, ressaltou os esforços da polícia para combater a onda de assaltos a banco em Pernambuco. Elçe lembrou que aeronaves já estão sendo usadas para ajudar o trabalho da Força-Tarefa criada especialmente para atuar nesses casos.

“Temos dois helicópteros sendo usados e vamos contar com outro equipamento. Fizemos um pedido para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e já temos a sinalização positiva.  Cada aeronave ficará em uma região de Pernambuco: Sertão, Agreste Grande Recife e Zona da Mata”, observou.

Onda de crimes
No dia 31 de outubro, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco divulgou um levantamento que revela que 190 ações violentas foram cometidas contra agências bancárias e caixas eletrônicos no estado entre 1º de janeiro e 27 de outubro deste ano. O mapeamento tem como base dados reunidos pela entidade através dos bancos, do Sindicato dos Vigilantes e da Secretaria de Defesa Social (SDS-PE).

Explosão de caixas eletrônicos virou rotina em Pernambuco (Foto: Ascom PMPE)

De acordo com o levantamento dos bancários de Pernambuco, desde o início de 2016, foram registrados 12 assaltos, cinco sequestros, 27 explosões e 13 arrombamentos de agências das instituições financeiras. Nos terminais de autoatendimento instalados fora das agências, foram 128 ataques, além de cinco explosões de carros-fortes.

Das ocorrências de roubo e furto a terminais de autoatendimento, o dado foi detalhado. Com uso de explosivo, foram 40 registros entre janeiro e setembro de 2016, um pouco maior que o observado no mesmo período do ano anterior, com 34 ocorrências. No total, em 2015, foram registradas 184 "ocorrências tentadas e consumadas", que englobam roubo e furto a banco, roubo e furto a caixa eletrônico e roubo e furto a caixa forte. A Secretaria não divulgou o número parcial de 2016.

A SDS ainda informou que a Polícia Civil desarticulou, entre janeiro e setembro deste ano, 12 quadrilhas de crimes contra instituições financeiras e prendeu 80 pessoas envolvidas em ações com maçarico,  explosivos, por roubo a banco,  assalto a carro forte e 'pescaria', quando os criminosos avariam a boca do caixa eletrônico e usam um equipamento tipo anzol para pegar envelopes de dinheiro. informações do G1 PE.