Bolsonaro vincula anistia a "paz para a economia"


O ex-presidente Bolsonaro em evento do PL no dia 6 de junho (Divulgação/PL)


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a se manifestar, neste domingo (13), sobre a decisão de seu aliado político, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% aos produtos brasileiros, anunciada na quarta-feira (9).

Nas redes sociais, Bolsonaro disse que a decisão de Trump "tem muito mais, ou quase tudo, a ver com valores e liberdade, do que com economia". Em carta enviada ao governo brasileiro e reproduzida nas redes sociais na quarta-feira (9), o presidente norte-americano apontou supostas perdas comerciais e o que classificou como "caça às bruxas" em relação a Bolsonaro – réu em um processo por crime de golpe de Estado – para justificar a decisão de penalizar o Brasil.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), havia apontado que Trump estava mal informado, uma vez que a balança comercial prevê um superávit para os EUA, mas afirmou que o país não aceitará ameaças à soberania. Ele também defendeu a independência da Justiça brasileira no julgamento dos atos golpistas.

Neste domingo, Bolsonaro voltou a associar a sua liberdade ao fim da taxação. "Não me alegra ver sanções pessoais, ou familiares, a quem quer que seja. Não me alegra ver nossos produtores do campo ou da cidade, bem como o povo, sofrer com essa tarifa de 50%", disse o ex-presidente, citando que o governo Trump também decidiu cortar ajuda militar à Europa porque países "deixaram de lado valores comuns a seus povos.

"O tempo urge, as sanções entram em vigor no dia 1° de agosto. A solução está nas mãos das autoridades brasileiras. Em havendo harmonia e independência entre os Poderes nasce o perdão entre irmãos e, com a anistia também a paz para a economia", escreveu Bolsonaro.

Na quinta-feira (10), Bolsonaro já havia se manifestado sobre o tarifaço citando uma suposta perseguição política e pedindo "aos Poderes que ajam com urgência" para evitar a implementação das tarifas. Seus filhos Flávio, que é senador, e Eduardo, deputado licenciado, seguiram a mesma linha de argumentação.

Eduardo disse que o alvo da taxação de Trump é o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, responsável por processos contra o ex-presidente. Flávio defendeu que o Congresso aprovasse o projeto de lei que anistia os envolvidos no 8 de janeiro para negociar a redução das tarifas.




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