(Reprodução / TV Grande Rio)
Há mais de dois anos os recicladores de materiais da Cooperativa do Raso da Catarina (Coomarca), em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, esperam pela conclusão de um galpão, que foi prometido pela prefeitura municipal. O novo local é para que os trabalhadores possam guardar e separar tudo que eles recolhem com mais dignidade.
O trabalho começa às 7h da manhã na Cooperativa. A essa hora o calor já está bem forte na cidade. Por falta de um espaço, eles fazem tudo isso em meio do sol mesmo. O reciclador de materiais, Romário da Silva, faz este trabalho há alguns meses, mas já sente os prejuízos por ter que trabalhar tão exposto ao sol. “É ruim demais trabalhar no meio do sol. A gente se queima, passa creme na pele, mas não tem jeito. Seria bom que a gente tivesse um galpão”, disse o reciclador de materiais.
Eleuzina Deodato recolhe materiais para sobreviver há 14 anos. Ela conta que tem dias que o calor é tão grande que fica difícil para trabalhar. “A gente trabalha aqui, mas tem dias que dá uma agonia. Semana passada trabalhei e passei mal. Só trabalhei porque preciso, porque se não precisasse não dava para trabalhar. De hoje que a gente luta por um galpão e o povo não agiliza. A gente fica aqui nesse sol, ninguém aguenta, é quente demais. Tem hora que a gente chega em casa faltando morrer”, lamentou a mulher.
Na Cooperativa trabalham cerca de 20 catadores. Para amenizar o sol, eles até improvisaram uma pequena cobertura, mas pelo visto não adiantou muito, pois além de muito pequena, já começou a cair parte do telhado.
Centro de Coleta em Petrolina (Foto: Reprodução/TV Grande Rio)
De acordo com o presidente da Coomarca, José Ivo dos Santos, existe um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Promotoria Pública e a Prefeitura de Petrolina que determina a construção de um galpão até 2016. “O município iria entregar o galpão com tudo dentro, com esteira, balança eletrônica e outros equipamentos. Então a gente está esperando que o município cumpra com sua palavra e dê o galpão que a gente almeija”, disse o presidente da Cooperativa.
Segundo ele, todo o material recolhido pelos catadores ficam no meio da Rua Rio Grande do Sul, no bairro José e Maria. Além disso, como é tudo aberto, parte do que é recolhido é levado com o vento para as casas e ou por carroceiros. “O material todo jogado aqui e a gente ainda é furtado por carroceiros que passam e levam embora. Pedimos que os órgão públicos competentes realmente cumpram com a palavra de dar este galpão, porque estamos precisando para trabalhar”, disse o representante dos catadores do Raso da Catarina.
A obra fica no Loteamento Recife e, segundo os catadores, ela começou a ser construída em agosto deste ano. Mas desde outubro os trabalhos estariam parados. Às margens da BR-428 existe uma placa da obra. Ela indica o prazo para a construção do galpão: 10 meses. Porém não indica a data de início da obra. Nela consta ainda o valor orçado, que é de R$ 496.848,37.
Em nota, a Secretaria de Infraestrutura informou que a obra está em ritmo lento e aguarda a aprovação de um aditivo, que é um recurso financeiro solicitado quando a planilha contratual sofre alguma alteração. Ainda segundo a Secretaria, não houve alteração de preço e de número de funcionários, mas houve um ajuste na planilha. informações da Amanda Franco / G1 Petrolina.
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