Lula vai a velório do neto em São Bernardo, SP

Lula chega ao velório do neto em São Bernardo do Campo — Foto: Reprodução/TV Globo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a São Bernardo do Campo (SP) na manhã deste sábado (2), após deixar a sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba, para participar do velório do neto, Arthur Lula da Silva, de 7 anos, que morreu vítima de meningite meningocócica. Escoltado, o ex-presidente entrou no cemitério pouco depois das 11h.
Preso por condenação em 2ª instância na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente recebeu autorização da Justiça Federal para ir à despedida do neto. A íntegra da decisão, tomada na noite desta sexta-feira (1º), não foi divulgada.

Resumo

Arthur, neto de Lula, morreu por volta do meio-dia de sexta-feira;


No mesmo dia, o ex-presidente pediu e obteve autorização para sair da prisão, em Curitiba, e ir ao velório em São Bernardo do Campo (SP);

Neste sábado (2), o avião levando Lula decolou de Curitiba às 7h19 e pousou às 8h31 em Congonhas;

Por volta das 10h20, o ex-presidente pegou um helicóptero para ir a São Bernardo do Campo.

De um heliponto, ele seguiu em carro escoltado, chegou ao cemitério pouco depois das 11h e foi aplaudido pelos presentes;


Foto: Reprodução / Facebook

O velório reúne petistas e amigos de Lula, como a ex-presidente Dilma Rousseff, Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL), candidatos derrotados nas eleições presidenciais de 2018, e os ex-ministros Benedita da Silva, Aloizio Mercadante e Alexandre Padilha.

O corpo de Arthur começou a ser velado por volta de 22h desta sexta, no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo, e seguia ao longo deste sábado. A cremação está prevista para o meio-dia.

Muito emocionados, os pais de Arthur passam a manhã ao lado do caixão. Objetos pessoais do menino foram colocados perto dele. A sala está repleta de coroas de flores.

Por volta de 9h, o movimento havia se intensificado na sala do velório. Por orientação da Polícia Federal, apenas familiares podem ficar lá dentro. O policiamento é grande do lado de fora.

Amigos e políticos

Antes mesmo da chegada do ex-presidente, amigos dele e políticos já estavam no local. Entre eles, estão a ex-presidente Dilma Rousseff, o governador da Bahia, Rui Costa, o ex-ministro Fernando Haddad (PT), candidato derrotado no 2º turno das eleições presidenciais de 2018, e os ex-ministros Benedita da Silva, Aloizio Mercadante e Alexandre Padilha.

A despedida do neto de Lula reúne ainda petistas como Gilberto Carvalho, José Mentor, Alexandre Padilha, José de Fillipi Jr. e o Professor Luizinho, além de Rafael Marques e José Lopes Feijóo, ex-presidentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Os deputados Carlos Zarattini (PT-SP) e Ivan Valente (PSOL-SP) também estão presentes.
O vereador de São Paulo Eduardo Suplicy (PT) disse que foi ao local para abraçar Lula.

"Momento de extrema tristeza. Vim aqui para abraçar o presidente Lula. Ontem ainda escrevi ao presidente Jair Bolsonaro que era fundamental, sagrado, constitucional que pudesse Lula estar aqui presente no velório de seu neto Arthur. Uma pessoa tão querida", disse Suplicy.

O candidato derrotado do PSOL à Presidência da República, Guilherme Boulos, também falou com a imprensa.

"Conversei com a família, dei os pêsames. Felizmente, dessa vez houve um bom senso da Justiça e da Polícia Federal de permitir que o presidente Lula possa vir se despedir do seu neto", afirmou Boulos, referindo-se ao funeral do irmão de Lula, do qual o ex-presidente não conseguir participar devido à demora de decisão favorável do STF.

Ida a São Paulo

O pedido feito pela defesa de Lula para ele ir ao funeral do neto citava o artigo 120 da Lei de Execução Penal, que diz que "os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão".

O ex-presidente está preso em uma sala especial na Polícia Federal (PF) desde 7 de abril de 2018. Neste período, Lula recebeu a visita de Arthur em duas oportunidades.

Ainda na sexta-feira, o Ministério Público Federal deu parecer favorável à saída do ex-presidente, e a Justiça Federal autorizou a viagem, feita com escolta policial.

O avião em que Lula viajou, um Cessna Grand Caravan de prefixo PP MMS que pertence ao governo do Paraná, pousou no Aeroporto de Congonhas, Zona Sul de São Paulo, às 8h31 deste sábado (2). A decolagem tinha sido às 7h19.
De Congonhas, Lula foi levado no helicóptero da PM até o heliponto da Volkswagen em São Bernardo do Campo, de onde saiu de carro. O veículo foi escoltado por ao menos 10 carros da PM e da PF, além de várias motos.

Morte do irmão de Lula

Em 29 de janeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou Lula a sair da carceragem da PF para ir ao funeral do irmão Vavá. A decisão saiu pouco antes de o corpo de Vavá ser sepultado e, por isso, Lula não conseguiu ir ao enterro.

Na oportunidade, a autorização saiu após o pedido ser negado pela Justiça Federal, na 1ª instância pela juíza Carolina Lebbos, e na 2ª instância pelo desembargador Leandro Paulsen.

Condenações e processos

Lula cumpre pena por condenação em 2ª instância na Operação Lava Jato. Em 24 de janeiro de 2018, o ex-presidente foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex em Guarujá (SP).

Para a Justiça, Lula recebeu propina da empreiteira OAS na forma de um apartamento no Guarujá, em troca de favores na Petrobras. A defesa do ex-presidente nega.

Em 6 de fevereiro, Lula foi condenado em outra ação da Lava Jato: a juíza substituta da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, condenou o ex-presidente a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, por receber propina por meio de uma reforma em um sítio em Atibaia (SP). A defesa nega e recorreu à 2ª instância, que ainda não julgou o caso.

Lula ainda é réu em outro processo da Operação Lava Jato em Curitiba, que apura se ele recebeu vantagens por meio de um apartamento e de um terreno onde seria construída a sede do Instituto Lula. A obra não saiu do papel. As informações são do G1.

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