Serra da Fumaça, na Bahia, atrai turistas que desejam paz e aventura


Fotos: Jacó Viana


Em Pindobaçú, no Piemonte da Diamantina (BA), fica a rara e fascinante Serra da Fumaça. Na chegada, chama a atenção os corredores de pedra, mas é o ecossistema preservado e generoso que mais impressiona por lá. O passeio nos leva a várias cachoeiras, sendo as mais famosas a Véu da Noiva, Sete Quedas e Poço das Estrelas, que é a maior.

Mas para ir até lá, o aventureiro não pode se incomodar com a caminhada. São 130 km de Petrolina (PE) até o povoado de Lutanda, em Pindobaçú, e existem duas etapas no trajeto para chegar ao local. A primeira é a viagem de carro ou ônibus por uma rodovia convencional, que dura 2h30... Em seguida, vem o percurso pelo terreno elevado e íngreme. É na subida, com 5.250m de altura, que estão os trechos mais difíceis. Como recompensa para quem superou esses obstáculos, a natureza presenteia com um lindo cenário.
A Serra da Fumaça abriga uma vegetação de campo rupestre, num ambiente de transição entre o cerrado, mata atlântica e a caatinga. A formação de jardins naturais de bromélias, orquídeas e quaresmeiras se estendem sobre os afloramentos rochosos, muitos deles verticais. A trilha até as cachoeiras requer um pouco de equilíbrio, mas dá uma visão quase panorâmica da magnitude do lugar.

Vale até atrasar um pouquinho o banho só para tirar um selfie na paisagem... E ao chegar às quedas d’água, o mochileiro se depara com uma vista facilmente descrita como paraíso. Não à toa, aventureiros novatos sempre se impressionam com a qualidade da água, as formações rochosas e a biodiversidade dali.

Quem ficou interessado e deseja fazer o camping, precisa antes se organizar. O alto da serra é frio, com cerração (nevoeiro) quase todas as manhãs e longe da cidade. Segundo um dos guias, Mateus Ribeiro, que faz o trajeto mensalmente, o turista deve levar no mínimo alimentos racionados e não perecíveis, roupas leves e um casaco, barraca, cobertor, lanterna e um kit saúde.

“Além disso, a gente acompanha o grupo com rádios sendo que ninguém pode andar sozinho. Damos todo suporte durante as três horas de subida, que, por ser cansativa, optamos por fazer na madrugada, quando é um período mais tranquilo”, explica o condutor de uma outra equipe, Thiago Cordeiro.

Lá praticamente não se vê as horas passarem e é necessário que os guias sigam um roteiro turístico. Quando a noite chega, um sarau em volta da fogueira torna-se ritual de socialização e o palco para shows de talento. São pelo menos dois dias – partindo na sexta-feira à noite, com volta no domingo à tarde – distante da correria, do estresse, e mais próximo natureza.
Todos os meses saem excursões de Petrolina e Juazeiro (BA) em direção à Serra da Fumaça. Não tem um dia específico nem limitação de visitas. Depende apenas da demanda. Na cidade pernambucana, a viagem é organizada pelo grupo ‘Aventureiros do Vale’ (integrado por Mateus Ribeiro) e do lado baiano, a equipe Adventure Valetur (Thiago Cordeiro) promove a partida. Na última trilha, no início do mês, 76 pessoas fizeram o camping. As informações são do Jacó Viana.

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