Indústria cresce em 14 dos 15 locais pesquisados em junho


Marcelo Benedicto/Agência IBGE Notícias

Mostrando uma recuperação gradativa da produção, a indústria brasileira apresentou, em junho, alta em 14 dos 15 locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM-Reg), na comparação com maio. Todos os locais cresceram, exceto Mato Grosso (-0,4%), que apontou o único resultado negativo.

Divulgada hoje (11) pelo IBGE, a pesquisa mostra que os crescimentos da indústria regional em maio e junho não representam recuperação total das perdas de março e abril na maioria dos locais, ocasionadas pela suspensão das atividades por conta da pandemia da Covid-19. "A indústria, desde maio, segue um crescimento no intuito de compensar as perdas. Ainda estamos na pandemia, ainda há isolamento, mas no caminho para um retorno da produção nos patamares anteriores”, reflete Bernardo Almeida, analista da pesquisa.

Maior parque industrial do país, São Paulo segue puxando a média nacional (8,9%), com alta de 10,2% em comparação com maio. É a segunda taxa positiva consecutiva na indústria paulista, que apresenta -14,2% no acumulado do ano. “Ainda não foi suficiente para compensar a perda nos meses mais restritivos de isolamento social”, ressalta Bernardo. Em comparação com junho de 2019, a taxa de São Paulo foi de -11,8%.

Amazonas se recupera e elimina perda na pandemia

Em junho, Amazonas (65,7%) e Ceará (39,2%) assinalaram as maiores altas na comparação com maio, com ambos marcando a segunda taxa positiva consecutiva e acumulando ganhos de 95,1% e 42,5% nesse período, respectivamente. O estado da região Norte teve a segunda maior influência da taxa de junho e eliminou a perda acumulada durante os meses de medidas restritivas mais severas, quando apresentou -55,1%. Ainda na comparação com o mês anterior, o estado também registrou a taxa mais alta desde o início da série histórica, em janeiro de 2002. Já no confronto com junho de 2019, o Amazonas mostrou perda de 10,4%.

Outro destaque da Pesquisa foi a indústria gaúcha, que teve alta maior que a média nacional e registrou 12,6% na comparação com maio. Foi a segunda taxa positiva seguida para o Rio Grande do Sul, acumulando 31,6% em maio e junho. A perda acumulada entre março e abril, entretanto, foi de 37,1%, e a indústria do estado ainda não compensou a perda da pandemia. Na comparação com junho de 2019, a taxa foi de -12,2%

Além de Rio Grande do Sul e São Paulo, Santa Catarina, com taxa de 9,1% também mostrou alta maior que a média nacional. A região Nordeste (8,0%), Minas Gerais (5,8%), Paraná (5,2%), Pernambuco (3,5%), Pará (2,8%), Goiás (0,7%), Rio de Janeiro (0,7%), Bahia (0,6%) e Espírito Santo (0,4%) completaram o conjunto de locais com índices positivos em junho, na comparação com maio.

Por outro lado, Mato Grosso (-0,4%) apontou o único resultado negativo. "A queda foi influenciada pelo setor de alimentos, bastante atuante na indústria do estado. A taxa negativa veio após um crescimento de 3,6% em maio”, afirma Bernardo Almeida.

Na comparação com junho de 2019, resultado é negativo em 12 dos 15 locais

Quando comparamos junho de 2020 com junho de 2019, a indústria brasileira teve queda em 12 dos 15 locais pesquisados pela PIM, mesmo com o chamado “efeito-calendário” sendo positivo – ou seja, junho de 2020 teve dois dias úteis a mais do junho de 2019. Para Bernardo, esse resultado mostra que, apesar de uma retomada progressiva, o ritmo da produção industrial no país permanece reduzido, ainda influenciado pelos efeitos do isolamento social.

Nesta comparação, Espírito Santo (-32,4%) e Ceará (-22,1%) assinalaram os recuos mais intensos. Bahia (-14,4%), Região Nordeste (-13,0%), Santa Catarina (-12,6%), Rio Grande do Sul (-12,2%), São Paulo (-11,8%) e Amazonas (-10,4%) também registraram perdas mais elevadas do que a média da indústria nacional (-9,0%), enquanto Pará (-8,0%), Paraná (-6,8%), Minas Gerais (-6,0%) e Rio de Janeiro (-0,4%) completaram o conjunto de locais com queda na produção de junho de 2020 contra junho de 2019. Por outro lado, Goiás (5,4%) apontou o avanço mais intenso nesse mês, seguido por Pernambuco (2,8%) e Mato Grosso (1,6%). As informações são da Agência IBGE Notícias.

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