Ambulantes e artistas de Petrolina (PE) sentem impacto da suspensão do carnaval: 'Está fazendo falta'

Do G1 Petrolina


Foto: Reprodução / TV Grande Rio


"Esse dinheiro está fazendo falta." É o que disse Maria Auxiliadora da Silva, de 63 anos, que trabalha há 20 anos, com venda de água mineral e refrigerantes em eventos. No carnaval de Petrolina, no Sertão, ela chegava a ganhar até R$ 2 mil . Este ano, a ambulante e outros artistas locais não vão contar com a renda da festa, já que a folia de Momo foi suspensa em todo o estado de Pernambuco para evitar aglomeração de pessoas e contaminação da Covid-19.

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, foram cadastrados 140 ambulantes na festa de 2020. A categoria está sentindo os impactos da não realização da festa. Só no ano passado, foram investidos cerca de R$ 800 mil no carnaval de Petrolina, dinheiro que deixa de circular no município pernambucano.

"Aqueles que sobreviviam de carnaval, o baleiro, o pipoqueiro, os que vendiam bebidas no isopor, estão mais sofridos, porque a estrutura deles é menor. A pandemia veio para mudar muita coisa. Os que só sobreviviam de festas foram os mais afetados", explicou a presidente da Associação de Barraqueiros e Ambulantes de Petrolina, Maria Salomé da Silva. .

"De mais de 200 associados, 60% sobrevivia de renda de festa"
— Maria Salomé da Silva, presidente da Associação de Barraqueiros e Ambulantes de Petrolina

Os ambulantes têm buscado se readaptar. "Muita gente estava sobrevivendo do Auxílio Emergencial, mas já acabou. Daí, alguns estão se reinventando, vendendo no Centro da cidade e botando marmita em casa. Não pode ficar parado. A gente também acredita que a Prefeitura de Petrolina vai se pronunciar. Apesar que o Carnaval daqui não chega aos pés da capital, mas tem pessoas que dependem dele", destacou Salomé.

Além dos ambulantes, o carnaval também beneficiava diretamente artistas locais. Em Petrolina, de um total de 61 bandas, 53 atrações locais foram contratadas em 2020. O investimento foi de quase R$ 224 mil destinado a pagamentos de cachês durante a prévia e o período oficial.

Presença confirmada nos últimos cinco anos na grade de atrações do carnaval de Petrolina, o cantor e compositor, Nilton Freitas, já contava com a renda da folia. "Vai fazer muita falta. Era um complemento de renda pra mim. Não falando por mim só, mas para a equipe que trabalha comigo de técnicos. 90% da renda desses profissionais são desses shows que eles faziam, e estão sem trabalho", relatou.

Para o artista, uma sugestão para ajudar a classe seria a transmissão de shows pelas redes sociais com pagamento de cachês simbólicos. "O município poderia encomendar um show para soltar nas redes sociais e pagar esse cachê simbólico. É uma ideia", destacou.

Em nota, a prefeitura de Petrolina informou que houve o pagamento da Lei Aldir Blanc no mês de janeiro com um investimento no valor de R$ 2.015.000,00, onde foram beneficiadas 694 instituições, dentre eles, grupos musicais, artistas, casas de eventos e produtores.

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