Tendo dinheiro extra, qual a melhor opção em relação ao financiamento do seu imóvel?

Por Leandro Trajano 

Foto: Montieur Monteiro / Petrolina News


Uma dúvida comum que vejo no dia a dia das pessoas é a respeito do financiamento do imóvel. Pintou uma grana extra.... e agora? É melhor investir ou amortizar o saldo devedor do imóvel? No caso de amortizar, vale mais a pena diminuir o saldo ou a parcela? Tem algumas reflexões e análises que são o ponto de partida para que você faça a melhor escolha.

O primeiro ponto que se deve pensar é: você já tem o seu fundo de reserva? Essa é uma premissa básica e fundamental da vida financeira. Não adianta você usar todo o seu montante para quitar um imóvel e ficar descapitalizado. Jamais parta para uma opção como essa! O ideal é que você tenha como reserva de emergência o valor equivalente a, pelo menos, seis meses das suas despesas mensais. Preserve esse valor! Alguém mais arrojado pode partir para reduzir ou amortizar o saldo devedor, ficando com uma reserva inferior a que indiquei. Dependendo do perfil, é possível fazer isso.

Com a gordura desse fundo de reserva, aí, sim, é hora de considerar seriamente a possibilidade de amortizar o saldo devedor do seu imóvel. Importante você entender bem as taxas do seu contrato. A maioria das pessoas, não sabe o peso do financiamento, mas é a partir daí que você vai tomar uma decisão. Só vale a pena investir se o investimento te der um retorno superior à taxa de juros do financiamento do seu imóvel. Porém, infelizmente, não é comum conseguir essa condição, nos dias de hoje, então, absolutamente improvável.

Se você viu que realmente o ideal é reduzir o saldo devedor, nesse momento, o banco vai te perguntar: você prefere reduzir o prazo, mantendo o valor da parcela no mês a mês, ou manter o prazo e reduzir o valor da parcela?

Diante dessas duas alternativas, você precisa refletir o seguinte: o valor da parcela cabe no seu orçamento com tranquilidade? Se sim, o melhor é manter o valor da parcela e reduzir o prazo. Afinal, em cada parcela, além dos juros, vem taxa de administração, seguro... ou seja, quanto menos parcelas você pagar, menor o seu custo total. Por outro lado, se você paga a parcela com dificuldade, se o seu orçamento está apertado, sem dúvidas, a melhor alternativa é reduzir o valor da parcela, por mais que financeiramente tenha opção melhor, mas você não vai estar com a corda no pescoço mês a mês num financiamento que, normalmente, é de longo prazo.

Uma análise, reflexão que espero ter ajudado você a entender melhor, e mesmo que essa não seja a sua realidade hoje, vale o conhecimento, pois, a partir disso, você certamente pode ajudar alguém com essa dúvida.

Mas antes de me despedir, vou voltar um pouco. Antes de financiar um imóvel, é importante analisar bem, estar seguro da sua decisão, não entre no ritmo da parte interessada na venda do imóvel, afinal, você pode apressar a decisão, ganhando velocidade e perdendo a direção. Em muitos financiamentos, é comum que por alguns anos você amortize o saldo devedor do seu empréstimo com apenas 30% do valor da sua parcela a cada mês, ou seja, se você paga uma parcela de R$ 2.100, apenas cerca de R$ 700 serão abatidos no valor da sua dívida, e o restante é composto por juros, seguro, taxa de administração. Então, não olhe se o valor da parcela cabe no seu orçamento, olhe a taxa de juros, o custo efetivo total (CET) do seu financiamento, busque mais opções de financiamento, compare, veja alternativas de reduzir a taxa, não tenha pressa e, se possível, vá além, tente juntar um bom valor de entrada para que, assim, financie o menor valor possível.

Nesse meio tempo, a decisão em relação ao tipo, padrão, localização, tamanho do imóvel e estrutura vão amadurecendo melhor, tendo mais clareza para você, afinal, em maior parte dos casos, quando a pessoa quita o imóvel, a necessidade real naquele momento é outra, diferente do propósito inicial no momento da compra.

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