O dado, divulgado pela pesquisa Bem-Estar Trabalhista, Felicidade e Pandemia, aponta que a remuneração média recebida no Brasil nos primeiros três meses de 2021 figura quase 10% (R$ 105) abaixo do salário mínimo de R$ 1.100 pago neste ano aos profissionais.
"O Brasil começou 2020 com o maior nível da série, R$ 1.122, e, durante a pandemia, partimos para o menor nível, o que denota o grau de força dessa recessão", analisa Marcelo Neri, coordenador do estudo.
Enquanto a média das rendas individuais do trabalho na população caiu 10,89% ao longo da pandemia, a queda de renda da metade mais pobre dos brasileiros foi quase duas vezes maior, de 20.81%.
Com as movimentações, o estudo mostra que a pandemia elevou o índice de Gini trabalhista a 0.674 no primeiro trimestre de 2021, o que representa um “grande salto de desigualdade” no mercado de trabalho.
Desenvolvido pelo matemático italiano Conrado Gini, o índice mede distribuição, concentração e desigualdade econômica em determinado grupo. O indicador varia de 0 (perfeita igualdade) a 1 (máxima concentração e desigualdade).
Como consequência da piora do mercado de trabalho, o estudo da FGV Social mostra que o bem-estar também caiu no território nacional.
De acordo com Neri, o ganho de renda não resultou no aumento da felicidade nos anos que antecederam a pandemia, que derrubou o índice em quase 20%.
O coordenador explica que o estudo, desenvolvido a partir da percepção da satisfação presente com a vida, colocou o Brasil com a terceira maior queda de felicidade entre quase 140 países de 2014 a 2018.
"Na pandemia, tivemos uma regressão pela metade e anota do Brasil é 6,1. Era 6,5 antes da pandemia e, de 7,2 em 2014", lamenta Neri, que completa: "Podemos dizer que a perda de postos de trabalho gerou essa perda de bem-estar objetivo, que anda junto com as medidas de felicidade."
Conforme o levantamento, a queda da felicidade se dá nos 40% mais pobres (-0,8%) e no grupo do meio (-0.2) situados entre 40% a 60% da renda. Já os grupos mais ricos mantiveram a satisfação com a vida. "A diferença de satisfação com a vida entre os extremos de renda, que era de 7,9% em 2019, subiu para 25,5%", destaca o estudo.
Essas informações são do R7
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