O Diretor Geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, informa o Conselho de Segurança da ONU em 20 de junho de 2025 | Reprodução AIEA/N. Luzio
"Como o reator não estava operacional e não continha material nuclear, nenhuma consequência radiológica é esperada", afirmou Grossi.
No entanto, ele ponderou que os ataques a instalações nucleares iranianas causaram uma "forte degradação da segurança nuclear" no país.
"Embora até o momento não tenham causado vazamentos radioativos que afetem a população, existe o risco de que isso possa ocorrer".
Grossi foi mais enfático em relação à Central Nuclear de Bushehr que, se atingida, poderá trazer consequências mais graves.
"Trata-se de uma central nuclear em funcionamento e, como tal, guarda milhares de quilos de material nuclear. Países da região já entraram em contato nas últimas horas para expressar as suas preocupações, e quero deixar absoluta e completamente claro: no caso de um ataque à Central Nuclear de Bushehr, um impacto direto poderia resultar numa libertação muito elevada de radioatividade para o ambiente", afirmou o chefe da agência da ONU.
Ainda de acordo com Grossi, se ataques de Israel desativarem as duas únicas linhas de fornecimento de energia elétrica para a usina, isso "poderia causar o derretimento do núcleo do reator", resultando em uma alta liberação de radioatividade para o meio ambiente.
"Na pior das hipóteses, ambos os cenários exigiriam ações de proteção, como evacuações e abrigos para a população ou a necessidade de tomar iodo estável, com alcance que poderia abranger distâncias de algumas a centenas de quilômetros", afirmou.
Segundo Grossi, qualquer ação contra o Reator de Pesquisa Nuclear de Teerã também poderia ter consequências graves, potencialmente para grandes áreas da capital e seus habitantes.
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