Relatos de milagres atribuídos à beata crescem de 15% a 20% anualmente.
Dia Estadual da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres é celebrado nesta quinta.
O Santuário de Irmã Dulce recebe diariamente dezenas de fiéis que admiram a obra da beata, lembrada no Dia Estadual da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, que é comemorado nesta quinta-feira (13). É o caso de Iraci Pinheiro, que pede à freira a proteção para realizar exames de saúde.
“Eu sempre venho quando tenho exames para fazer. Peço proteção dela e sempre consigo. Acho isso uma graça, do jeito difícil que está. Sempre que peço um socorro, ela atende, em todas as consultas e exames”, afirma. Os relatos de fiéis que atribuem milagres à beata Irmã Dulce crescem aproximadamente de 15% a 20% anualmente, de acordo com a Assessoria de Memória e Cultura das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID).
Iraci teve a oportunidade de conhecer Irmã Dulce e presenciou o cuidado que ela tinha com os doentes. “No trabalho com o hospital, ela era uma santa, realmente. Tenho uma cunhada que se operou há muitos anos e ela tinha o carinho de visitar. Ela visitava todos os doentes no hospital. Foram tantos os pobres que ela socorreu”, diz.
O trabalho de Irmã Dulce é conhecido principalmente no hospital que leva seu nome, no largo de Roma, em Salvador. Lá os pacientes procuram refúgio e se beneficiam do legado deixado pela freira. Na unidade de saúde em busca de atendimento, Edina Conceição dos Santos Martins conta que recebia a visita dela quando morava nas palafitas do bairro do Uruguai.
“Ela fazia visitas de três em três dias no bairro do Uruguai. Ela ia muito à minha casa, e eu tinha condições muito precárias. A gente andava com ela pelas pontes, visitando outros lugares, para ir nas casas, ver as crianças. Sempre que eu podia, ia junto com ela”, lembra.
Edina se recorda da atenção especial que Irmã Dulce dedicava aos mais pobres, preocupada com as condições sociais e de saúde. “Ela é uma pessoa especial para Deus e para mim. Ela se preocupava e tentava acolher as pessoas para dar assistência. Ela se preocupava muito com os doentes. Se ela tivesse viva hoje, o acolhimento ainda seria melhor”, diz
Relatos
As histórias de supostos milagres atribuídos à freira chegam por e-mail, redes sociais, presencialmente e até por aplicativo de mensagens. Grande parte dos relatos recebidos é da Bahia, mas também há registros de outros lugares do país.
As histórias de supostos milagres atribuídos à freira chegam por e-mail, redes sociais, presencialmente e até por aplicativo de mensagens. Grande parte dos relatos recebidos é da Bahia, mas também há registros de outros lugares do país.
“A maioria é daqui, mas não tem predominância. É muito espalhado pelo país. Teve até um caso da fronteira do Amapá com a Guiana Francesa, outro caso no Paraná. No santuário, recebemos pessoas que vêm de outros estados. O que chama muita atenção é quantidade de relatos no estado do Ceará. Lá tem quatro capelas dedicadas a ela”, diz o assessor de Memória da OSID, Osvaldo Gouveia.
Muitas histórias chegam por meio de mensagens, no perfil oficial das Obras Sociais Irmã Dulce em uma rede social. “A gente estabelece contato, troca e-mail. É uma ferramenta mais fácil. E agora também pelo aplicativo do celular, que a gente não tem um número oficial, mas também recebemos mensagens de conhecidos”, afirma.
A Congregação para a Causa dos Santos do Vaticano já reconheceu um milagre atribuído a Irmã Dulce, em 2011, quando ela foi beatificada. Para ser canonizada e se tornar santa, será necessária a comprovação de um segundo milagre.
Com a grande quantidade de histórias recebidas, a OSID precisa selecionar quais os relatos serão periciados, para então ser enviados para análise ao Vaticano. “Qualquer relato a gente contabiliza, mesmo que não tenha comprovação da ciência. É muito comum, por exemplo, pais dizerem que o filho saiu das drogas e, na cabeça deles, ser uma graça. Entre a graça e o milagre, tem uma distância grande. O milagre está sempre associado à saúde. Na saúde, tem como comprovar, porque têm exames que comprovam”, explica.
Osvaldo Gouveia diz que a OSID já enviou mais de dez milagres para serem estudados ao Vaticano. Segundo ele, dois deles são avaliados mais profundamente pela Igreja Católica. Desde 2011, quando Irmã Dulce foi beatificada, até maio de 2014, foram cerca de sete mil casos recebidos. “Para um milagre ser reconhecido, precisa ter três características: instantâneo, perfeito, duradouro e preternatural, ou seja, inexplicável no campo da ciência”, informa o assessor das Obras Sociais. “Quanto mais Irmã Dulce for conhecida, mas terá possibilidade de se reconhecer um milagre”, avalia.
Programação em agosto
Desde o dia 4 de agosto, acontece a quinta edição da Festa em Honra à Bem-Aventurada Dulce dos Pobres. O novenário, que segue com missas celebradas sempre às 18h no Santuário, acaba nesta quinta-feira (13), no Dia Estadual em Memória à Bem Aventurada Dulce dos Pobres.
Desde o dia 4 de agosto, acontece a quinta edição da Festa em Honra à Bem-Aventurada Dulce dos Pobres. O novenário, que segue com missas celebradas sempre às 18h no Santuário, acaba nesta quinta-feira (13), no Dia Estadual em Memória à Bem Aventurada Dulce dos Pobres.
O frei Vandeí Santana conta que, desde o primeiro dia, em todas as noites, a celebração tem uma boa participação. “Todo dia temos pessoas que são convidadas, um segmento da sociedade ou da igreja", diz. Segundo ele, o novenário também promove uma campanha de doação de sangue para o Hospital Irmã Dulce.
A programação desta quinta-feira será mais extensa, aberta às 6h30 com a oração das Mil Ave Marias. “Teremos a missa dos enfermos às 8h, quando a gente faz união de doentes que estão no hospital ou de pessoas idosas que vêm receber a benção. Na sequência, às 10h, teremos missa com (o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil) Dom Murilo Krieger”, diz.
A partir das 15h, acontece a Exposição, Adoração e Benção do Santíssimo Sacramento e, em seguida, às 17h, o frei Vandeí celebra a missa para funcionários da OSID e devotos.(fonte: Do G1 BA)
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