Em Petrolina Ministro da Saúde diz que deve prorrogar as inscrições para o Mais Médicos

Ministro Gilberto Occhi em visita ao Hospital Dom Tomás em Petrolina — Foto: Juliane Peixinho/ G1


O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, anunciou na manhã desta quinta-feira (22) que devem ser prorrogadas as inscrições da seleção emergencial aberta para substituir profissionais cubanos no programa Mais Médicos. O anúncio foi feito durante uma visita ao hospital Dom Tomás em Petrolina, no Sertão de Pernambuco.

“Nós devemos prorrogar e isso nos vamos decidir ainda hoje no final do dia, porque nós tivemos uma série de problemas, de tentativas de invasão, dificuldade no sistema de cadastramento daquele edital que publicamos na última terça-feira. Devemos fazer uma prorrogação do prazo, até porque a demanda tem sido muito grande. Nós já tivemos mais de 6 mil médicos inscritos”, comentou.

Gilberto Occhi disse ainda que, além da prorrogação, pretende fazer outra mudança no edital para que os médicos possam se apresentar antes do dia 3 de dezembro.

“Para que o médico que quiser já se apresentar, ele já possa se apresentar imediatamente. Não precisa esperar o dia 3 de dezembro . Nós já queremos suprir essa ausência do médico cubano com o médico brasileiro com CRM ou médico estrangeiro com CRM”, completou o ministro.

O Ministério da Saúde registrou 6.394 inscrições na seleção emergencial para substituir profissionais cubanos no programa Mais Médicos até a manhã desta quinta. No total, são 8.517 vagas ofertadas.

Pelo segundo dia, o site para a inscrição de profissionais interessados em fazer parte do programa Mais Médicos ficou fora do ar. A instabilidade foi constatada nos endereços http://maismedicos.saude.gov.br/new/web/app.php/inscricao e http://maismedicos.saude.gov.br/

“Os problemas estão sendo sanados. Contivemos a capacidade do hacker de invadir o sistema, mas ele acaba tornando o sistema mais lento. Hoje isso possivelmente será sanado e isso possibilitará que os médicos que já se inscreveram, mais de 6 mil, possam acessar as cidades que tem a vaga do médico disponível para que ele possa optar para onde ele quer ir”, explicou Occhi.

Novas vagas após saída de cubanos

As novas vagas foram anunciadas em um edital lançado sete dias após Cuba anunciar que deixará o convênio após declarações "ameaçadoras" de Bolsonaro.

Com a saída dos profissionais cubanos do Mais Médicos, cerca de 600 municípios brasileiros podem ficar sem nenhum médico da rede pública a partir do dia 25 de dezembro, segundo o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

Atualmente, cerca de 8,2 mil profissionais do país caribenho participam do Mais Médicos.

Em agosto, ainda em campanha, Bolsonaro declarou que ele "expulsaria" os médicos cubanos do Brasil com base no exame de revalidação de diploma de médicos formados no exterior, o Revalida. A promessa também estava em seu plano de governo.

Em novembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) validou o Mais Médicos e autorizou a dispensa da validação de diploma de estrangeiros ao julgar ações que questionavam pontos do programa federal, como acordo que paga salários mais baixos para médicos cubanos.

Mais Médicos

Foi criado em julho de 2013 para ampliar o atendimento médico principalmente em regiões mais carentes.


Em agosto de 2013, fechado acordo com a Opas para participação de médicos cubanos.
Participação de brasileiros formados no Brasil aumentou 38% entre 2016 e 2017, de acordo com o Ministério da Saúde.

Programa tem 18.240 vagas em mais de 4 mil municípios e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI).

Atende cerca de 63 milhões de brasileiros, de acordo com o Ministério da Saúde.

Participação de cubanos no programa tinha sido renovada no início deste ano por mais cinco anos.

Levantamento do governo divulgado em 2016 apontou que o programa é responsável por 48% das equipes de Atenção Básica em municípios com até 10 mil habitantes.

Em 1.100 municípios atendido pelo programa, o Mais Médicos representava 100% da cobertura de Atenção Básica, de acordo com dados divulgados em 2016. As informações são da Juliane Peixinho / G1 Petrolina.

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