Maia chama Pazuello de 'desastre' e diz que sociedade 'vai pagar a conta' pela situação da saúde

Foto: Reprodução / TV Globo, G1


O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quarta-feira (16) durante café com jornalistas que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, é um "desastre".

Segundo ele, em uma época de pandemia, a sociedade pagará a conta pelo "jeito que está" o Ministério da Saúde. De acordo com o consórcio de veículos de imprensa, o Brasil acumulava até as 13h desta quarta-feira 183 mil mortos por Covid-19 e 6,98 milhões de pessoas que contraíram a doença.

“Acho que o ministro da Saúde é um desastre. Vai ser um desastre para o país primeiro e para o governo. Acho que a sociedade já começou a entender, e a área médica principalmente”, afirmou Maia. “Num momento de uma pandemia, um Ministério da Saúde do jeito que está, quem vai pagar a conta primeiro é a sociedade. É mais importante do que o governo pagar a conta”, complementou.

Procurada, a assessoria do Ministério da Saúde informou que não se manifestará sobre as declarações do presidente da Câmara.

Maia afirmou que Pazuello "se perdeu" na gestão do ministério e disse que a "incompetência" do ministro pode pode comprometer o processo de vacinação contra a Covid-19.

"O ministro da Saúde vai muito mal. Acho que ele se perdeu na gestão do ministério. Em relação à questão da logística, que diziam que era o forte dele, até agora ele não apresentou nada organizado para a vacina, para nada", declarou.

"E acho que ele pode, sem dúvida nenhuma, além de prejudicar muito a imagem do Exército brasileiro, ele pode comprometer muito com essa falta de organização, com essa incompetência, tanto a solução para a vacina como a solução para esse aumento no número de infectados, de mortes, que precisaria de uma articulação de melhor qualidade entre governo federal, estados e municípios", afirmou.

Guedes

Maia fez a declaração ao responder a uma pergunta sobre pontos positivos do governo. Ele elogiou a ministra do Agricultura, Tereza Cristina, filiada ao DEM, partido ao qual pertence, e disse concordar com as reformas propostas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Apesar disso, Maia afirmou que o chefe da economia não é mais majoritário no governo.

“A minha dúvida é se o Paulo Guedes hoje é majoritário no governo ou não. Eu acho que não é", declarou o presidente da Câmara.

Segundo Maia, Guedes "perdeu o controle" de pautas da economia que antes encampava, porque o governo desistiu de uma agenda polêmica no setor para não perder votos nas eleições de 2022.

O presidente da Câmara citou como exemplo uma reforma administrativa mais dura, o fim do abono salarial e do seguro-desemprego.

"Acho que tudo isso, do meu ponto de vista, não será prioridade do presidente nos próximos dois anos. Essa é a minha impressão pelo o que aconteceu nos últimos meses", afirmou.

"A minha impressão é que o governo, o presidente e seus principais auxiliares, excluído o Paulo Guedes, desistiram daquilo que for polêmico e daquilo que em tese possa tirar voto”, disse.

Maia disse que reconhece o esforço dos militares que integram o governo em tentar fazer "o correto". Mas ressalvou que eles foram treinados para comandar e não liderar. Na sequência, criticou Pazuello, que é general da ativa do Exército.

Plano de imunização

Na manhã desta quarta-feira (16), o governo anunciou o plano nacional de vacinação contra a Covid-19. O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, falaram durante o evento, no Palácio do Planalto.

Pazuello pediu para que os brasileiros se “orgulhem da nossa capacidade”, lembrou que o país é o maior fabricante de vacinas da América Latina e questionou: “Para que essa ansiedade, essa angústia?".

O ministro também afirmou que todas as vacinas produzidas no Brasil, seja pelo Butantan, ou pela Fiocruz, terão prioridade do Sistema Único de Saúde (SUS).        Essas informações são de Luiz Felipe Barbiéri, G1 — Brasília.

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