O rosto do homem abordado está borrado nas imagens, mas o prefeito menciona o primeiro nome da pessoa no vídeo. A legenda do post diz "vamos ao trabalho".
No vídeo, Clésio dirige-se ao secretário municipal de Assistência Social de Criciúma, Bruno Ferreira e, apontando para o homem na calçada, diz: "Ele tomou um porre ali, costuma dormir na rua. Agora tu pega ele e leva ali pra casa de passagem, dá um banho e coloca ele capinar, cortar grama hoje. Estamos de acordo? Então vamos, vamos, pega ele aqui." O homem então levanta da calçada.
Em nota, a Prefeitura de Criciúma informou que a cidade oferece "oportunidades para todos que desejam trabalhar" e que abordagens a pessoas em situação de rua são "frequentes", para encaminhá-las a "serviços de acolhimento".
'Transferência' de pessoa em situação de rua
No ano passado, o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) passou a investigar o caso de um homem em situação de rua que disse a agentes da assistência social de Florianópolis ter sido "transferido" de Criciúma para a capital. Ficou constatado que o homem fez o deslocamento com a passagem de ônibus paga pela gestão Clésio Salvaro.
Quem é Clésio Salvaro?
O prefeito, de 60 anos, é nascido na cidade e comanda Criciúma desde 2016. Foi reeleito em 2020, no primeiro turno, com o voto de 72% dos eleitores da cidade.
Clésio já havia ocupado a cadeira de prefeito em 2008. Ele chegou a se reeleger em 2012, mas foi impedido de assumir o cargo pela Lei da Ficha Limpa.
De acordo com a Justiça Eleitoral, o político cometeu os crimes de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação social.
Filiado ao PSD, Clésio já foi do PSDB e do PFL. Ocupou as funções de vereador e deputado estadual.
Prefeito vetou vacina obrigatória
Na semana passada, no dia 1º, o prefeito emitiu um decreto que dispensa a obrigatoriedade da vacina contra covid-19 para matrícula e rematrícula escolar nas redes pública e privada da cidade. Para Clésio, essa decisão cabe aos pais, não ao governo.
Durante a pandemia, em agosto de 2021, Clésio sugeriu ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) que fechasse a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) caso as aulas presenciais não fossem retomadas. Na época, para evitar a proliferação da doença, as aulas aconteciam remotamente. Só naquele mês 24 mil pessoas morreram de covid no país.
Clésio apoiou Bolsonaro
Nas eleições de 2022, Clésio apoiou a reeleição de Bolsonaro, que acabou derrotado nas urnas por Luiz Inácio Lula da Silva.
0 Comentários
Os comentários não representam a opinião deste site; a responsabilidade é do autor da mensagem.