Criança de 7 anos pode ter sido assassinada por mais de uma pessoa

Degelado Marceone Ferreira assumiu as investigações do caso Beatriz (Foto: Taisa Alencar / G1 )

O delegado seccional de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, Marceone Ferreira, responsável pelas investigações da morte da criança Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, durante uma solenidade de formatura no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, concedeu uma entrevista coletiva, nesta terça-feira (23), para falar sobre os avanços nas investigações. A reunião aconteceu um dia após a divulgação do retrato falado do homem suspeito de praticar o crime.
Durante a entrevista, o delegado explicou o porque do retrato falado ter sido divulgado mais de dois meses após o crime. “Esse retrato foi construído ao longo de mais de um mês, junto com um perito e três testemunhas, que estavam na festa. Tiveram outras testemunhas que não participaram diretamente da confecção, mas também visualizaram essa mesma pessoa em atitude suspeita. Mas, mesmo com o material pronto, algumas questões precisavam ser esclarecidas e por isso o material foi enviado para Recife (capital pernambucana). Precisávamos tirar algumas dúvidas, fazer alguns ajustes no retrato e divulgar aquele que mais se aproxima da pessoa que foi vista", esclareceu.
Retrato falado do suspeito de matar garota Beatriz, em Petrolina (Foto: Thays Estarque/G1)Retrato falado do suspeito de matar a garota Beatriz,
em Petrolina (Foto: Thays Estarque/G1)
Dentre as três testemunhas, uma é considerada de suma importância pela polícia. “Ela visualizou essa pessoa saindo do local, do beco escuro, onde a criança foi encontrada morta dentro do depósito. Nós tivemos outras testemunhas que viram essa pessoa suspeita dentro do banheiro feminino, dentro do banheiro masculino, lavando rosto, lavando o cabelo”, disse.
Ainda segundo o relato do delegado, o homem foi visto por diversas vezes sentado sozinho próximo ao bebedouro. “Alguns adultos que foram ao local, visualizaram essa pessoa constantemente sentada próximo ao bebedouro. Temos relatos de que essa pessoa fingia beber água quando alguém se aproximava. Certamente tem envolvimento no crime”, enfatiza.
Várias pessoas foram até o local do crime, que foi isolado pela polícia (Foto: Taisa Alencar / G1)Várias pessoas foram até o local do crime, que foi isolado pela polícia (Foto: Taisa Alencar / G1)
Fuga
Sobre a forma como esse suspeito pode ter fugido do local do crime, o delegado não descarta a possibilidade de que o homem tenha permanecido no colégio mesmo após o homicídio. “Isso é uma situação que a investigação ainda não fechou, que é a saída desse suspeito. Se é que ele saiu. A gente tem essas possibilidades, dele ter saído e dele ter permanecido dentro da escola após cometer o crime. De fato foi um intervalo de tempo muito curto, entre o desaparecimento e o momento em que os parentes começaram a procurar”, destaca Marceone.
Beatriz foi assassinada em uma sala de material esportivo que estava desativada (Foto: Taisa Alencar / G1)Beatriz foi assassinada em uma sala de material
esportivo que estava desativada
(Foto: Taisa Alencar / G1)
A polícia também não desconsidera que mais de uma pessoa tenha participado do homicídio. “A gente não trabalha somente com a possibilidade de um autor. Trabalhamos com um ou com dois, mesmo porque as ligações apontam, devido à complexidade, toda a circunstância em que o crime ocorreu, que a probabilidade da participação de mais de uma pessoa é muito grande”, argumentou.
Boatos
Sobre os comentários e boatos que surgiram nas redes sociais logo após a divulgação do retrato falado, o delegado diz que quem não acredita, é porque não tem conhecimento da investigação. “Quem tenta não dar credibilidade a esse retrato falado é porque não tem conhecimento e também não está contribuindo de forma alguma para elucidação do caso”, pontuou.
Investigações
Marceone Ferreira enfatiza que atualmente o Caso Beatriz tem prioridade número 1 dentro do Estado de Pernambuco e que todos os esforços estão voltados para elucidação do crime. Ferreira disse que a polícia conta atualmente com todo o suporte necessário e que ainda esta semana devem receber o apoio de mais policiais de Recife para ajudar nas investigações. O delegado afirmou que algumas linhas de investigação já foram descartadas e que a polícia está cada vez mais perto de elucidar o crime.
Criança de 7 anos foi assassinada durante uma solenidade de formatura em Petrolina (Foto: Taisa Alencar / G1)Criança de 7 anos foi assassinada durante uma solenidade de formatura em Petrolina (Foto: Taisa Alencar / G1)
“Vamos continuar com a ouvida de testemunhas, com a análise, reanálise de imagens que nós temos e confrontar as denúncias, com o retrato falado. Desde ontem já recebemos diversos informes pelo Disque Denúncia. A equipe já está em campo para checar todas as situações que estão chegando.

Polícia Federal
Sobre o pedido dos pais de Beatriz a presidente Dilma Rousseff, para que a Polícia Federal dê suporte as investigações, o delegado diz que a questão não é tão simples de se resolver.

Beatriz Angélica Mota (Foto: Arquivo pessoal)Beatriz Angélica Mota (Foto: Arquivo pessoal)
“A federalização de um caso segue todo um ritual, possui vários requisitos para que a justiça requisite. É importante que se diga que não é presidente da República ou o ministro da justiça que determina a federalização e sim o Superior Tribunal de Justiça, a requerimento do Procurador-Geral da República. Então existem, requisitos legais para que ocorra”, ponderou.
Caso Beatriz
Beatriz Angélica Mota foi assassinada a facadas durante uma solenidade de formatura do colégio Nossa Senhora Auxiliadora, no dia 10 de dezembro. A criança estava na companhia dos pais, Lúcia Mota e Sandro Romildo, quando se afastou para beber água. A criança foi achada minutos depois, em um depósito de material esportivo desativado, com cerca de 42 perfurações feitas por uma faca, que ficou cravada no corpo da criança(Taisa Alencar Do G1 Petrolina)
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