Orquestra Dionon Pires e os bonecos gigantes. — Foto: Reprodução/TV Grande Rio
A primeira vez que Zé Pereira deu o ar das graças no carnaval de Belém do São Francisco, junto com a Orquestra de frevo, também centenária, Dionon Pires, foi em 1919. O criador do boneco, Gumercindo Pires, era um morador da cidade, que foi influenciado por uma tradição europeia trazida por um padre do município, na época.
Gumercindo Pires, criador do boneco Zé Pereira. — Foto: Reprodução/TV Grande Rio
“O padre Norberto trouxe da Europa uma tradição do boneco gigante, que ainda hoje é muito forte principalmente na Bélgica e na França, de usar o boneco pra representar figuras religiosas, bíblicas, em procissões, festejos, e aqui ele influenciou Gumercindo Pires e ele como bom brasileiro e pernambucano, ao invés de fazer o boneco com tema religioso, ele fez o boneco carnavalesco", explicou o professor Licínio Lustosa.
Atualmente, a confecção e reforma dos bonecos gigantes, em Belém do São Francisco, é responsabilidade do artista plástico Aparecido Coelho, que realiza o trabalho há mais de vinte anos. O boneco Zé Pereira foi inspirado em um homem português, de Portugal, que vem do continente europeu para conhecer e aproveitar o carnaval do Brasil. No ano de 1929, dez anos depois, Zé Pereira ganhou uma companheira, a boneca batizada com o nome de Vitalina. Hoje, o casal de bonecos desfila com outros bonecos, que homenageiam personalidades da região.
“Às vezes faz homenagem a algumas personalidades, como o caso da Alzira, que era uma foliã, o nego d'água, que é a lenda de maior importância do Rio São Francisco, e agora esse ano que são os cem anos do Zé Pereira, nada mais justo do que fazer homenagem ao criador do boneco gigante do Brasil, que é o Gumercindo Pires de Carvalho”, disse o artista plástico.
Zé Pereira e sua turma vão desfilar pelas ruas de Belém do São Francisco nesta sexta-feira (01) de carnaval. O percurso dos bonecos começará às margens do Rio São Francisco, onde encontram a orquestra de frevo e uma multidão de foliões. Este ano, o cortejo vai relembrar o ano do primeiro desfile do boneco Zé Pereira.
“A comissão de carnaval decidiu validar todas as etapas dessa cultura, dessa tradição, mantendo essa chegada e esse percurso de Zé Pereira e Vitalina, e demais bonecos gigantes, chegando de barco pelo Rio São Francisco, como originalmente, em 1919, e seguindo pela avenida, chegando no polo da folia”, afirmou Antony Dunes, representante da comissão organizadora do carnaval de Belém. As informações são do G1 Petrolina.
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