'É uma vitória de nós todos', diz passageira com autismo ao embarcar em voo após ser impedida de viajar sozinha

Uli Firmino embarcou nesta quinta-feira (12), no Recife, rumo a Fortaleza — Foto: Taísa Guedes/Divulgação

Ansiedade e felicidade tomaram conta da veterinária Uli Firmino, de 26 anos, durante o embarque no Recife em um voo para Fortaleza, nesta quinta (12). A passageira, que tem síndrome de Asperger, um Transtorno do Espectro Autista (TEA), foi impedida pela companhia aérea de viajar, no sábado (7), por estar desacompanhada, mesmo após mostrar laudo médico que comprova a capacidade de desenvolver atividades sozinha.

“Está uma mistura de felicidade, ansiedade e alívio! É uma vitória de nós todos”, conta Uli, depois de ter feito um Boletim de Ocorrência contra a Latam Airlines Brasil. A empresa foi autuada pelo Procon-PE por não apresentar justificativa legal para que ela viajasse.

“Infelizmente, quando acontece um caso criminoso como esse, serve de exemplo para todas as outras companhias”, afirma a advogada de Uli, Taísa Guedes.

No sábado (7), o problema começou após a passageira, que tem sensibilidade auditiva, pedir para trocar de assento devido à proximidade à turbina do avião. O pedido também foi feito porque a cadeira em que ela ficaria era entre duas pessoas, quando o ideal seria que fosse no corredor.

Na quarta (11), a veterinária contou ao G1 que teve o assento trocado, mas a supervisora de embarque foi chamada e informou que a passageira precisava de um laudo. Mesmo após conseguir o documento, ela foi informada de que não poderia embarcar.

Por não ter conseguido viajar no fim de semana, Uli perdeu uma cirurgia que seria realizada na segunda (10), em Fortaleza. O procedimento médico foi reagendado para sexta (13), de acordo com a passageira.

“Ela está muito angustiada para saber se tudo vai dar certo, se não vai ter nenhum tipo de ação como aconteceu. O dano causado a ela não vai ser resolvido tão cedo”, diz a advogada de Uli.

A defensora da veterinária também entrou com uma ação de indenização por danos materiais e morais contra a companhia aérea. "O dano moral com pedido indenizatório pelo constrangimento sofrido, e inibitório, para que a companhia não mais pratique este tipo de ato", diz.

Na quarta (11), a Latam informou à reportagem que "se sensibiliza com o ocorrido e informa que se manteve mobilizada para o embarque da passageira", mas que "seus procedimentos estão de acordo com as regras vigentes do setor e têm como objetivo resguardar o bem-estar e a saúde do passageiro a bordo". As informações são do G1 PE.

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